O auto-exilado líder da oposição do Camboja, Sam Rainsy, que prometeu regressar de Paris neste sábado para marcar o 66º Dia da Independência do seu país, desembarcou na Malásia, mas não conseguiu chegar ao Camboja.
Depois de meses de especulações e tensões crescentes no Camboja, Rainsy, presidente interino do Partido Nacional da Salvação do Camboja (CNRP), disse que voltaria para restaurar a democracia no país.
Ele havia chamado os trabalhadores migrantes do Camboja na Tailândia para se juntarem a ele durante a sua travessia da fronteira da Tailândia para o Camboja. O governo tailandês, no entanto, indicou que é improvável que Rainsy entre na Tailândia por questões de "segurança nacional".
Pouco depois do seu anúncio, as tensões aumentaram no país, com muitos apoiantes da oposição presos ou aparentemente pressionados a "confessar" crimes ou a denunciar abertamente o CNRP.
Neste sábado a segurança foi aumentada e durante o dia centenas de agentes de segurança bloquearam a passagem internacional de fronteira de Poipet na fronteira com a Tailândia e apenas permitiram a entrada de pessoas.
O exército estava presente no aeroporto de Phnom Penh e nos arredores, e a polícia de trânsito estava armada com AK-47 na capital.
Phil Robertson, vice-director da Human Rights Watch na Ásia, condenou estas medidas.
"O primeiro-ministro Hun Sen parece tolo e paranóico ao ordenar que milhares de soldados da polícia e do exército patrulhem com carros blindados e armas pesadas", disse Robertson à VOA. "Ao fazer isso, ele revela o verdadeiro objectivo das forças de segurança - intimidar e reprimir os direitos e aspirações democráticas do povo do Camboja."
Rainsy chegou à capital da Malásia, Kuala Lumpur, por volta das 16h de sábado, juntando-se à sua vice, Mu Sochua, que havia sido detida no aeroporto na quinta-feira à noite e libertada na sexta-feira seguinte. Sochua não respondeu aos pedidos de comentário.
O Camboja celebra 66 anos de independência neste 9 de Novembro.