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Aumentam pressões para Joe Biden escolher afro-americana para vice-presidente


Joe Biden, candidato democrata à Presidência
Joe Biden, candidato democrata à Presidência

Costuma dizer-se nos Estados Unidos que a distância entre ser-se vice-presidente e presidente é um bater do coração. Isto é, quando se olha para quem é o parceiro ou parceira do candidato à presidência a primeira questão que se deve colocar é se essa pessoa tem a capacidade para, de um momento para outro, ser presidente dos Estados Unidos.

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E isso é agora ainda mais importante porque os vice presidentes há várias décadas que deixaram de ser apenas uma pessoa que – para citar um anterior vice-presidente – vai a inaugurações, tomadas de posse e funerais.

Esta semana ou o mais tardar na próxima semana vai-se conhecer quem será a candidata à vice presidência dos Estados Unidos na candidatura à presidência de Joe Biden.

Biden disse já que será uma mulher e tem estado a ser pressionado para escolher uma africana-americana. A campanha de Biden tem estado a receber cartas de organizações manifestando apoio a uma ou outra das candidatas e jornais americanos dizem haver divisões internas sobre a questão.

Há neste momento cinco mulheres africana-americanas em consideração, nomeadamente a senadora Kamala Harris, a antiga conselheira de segurança nacional Susan Rice, as congressistas Karen Bass, e Val Demings, e ainda Keisha Lance Bottoms presidente da câmara de Atlanta.

Fala-se também de Elizabeth Warner que foi candidata à nomeação pelo partido Democrata, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, a governadora do Novo México, Michelle Lujan Grisham, e a congressista Tammy Duckworth, uma antiga oficial da força aérea americana que perdeu as duas pernas no Iraque.

A escolha está certamente a ser difícil. Biden tinha anteriormente anunciado que iria revelar a sua escolha esta semana mas isso foi adiado.

O jornal Washington Post faz notar que geralmente o candidato à presidência tem por esta altura uma lista de apenas três possíveis escolhas o que não acontece neste momento com Joe Biden. O jornal revelou uma enorme luta interna entre diversas facções do partido Democrata.

Ontem um membro da campanha de Biden disse ao jornal Político que há ainda 11 mulheres em consideração ao posto.

Mas o processo de escolha está sem dúvida na sua recta final. Esta semana Joe Biden vai iniciar entrevistas pessoais com as candidatas o que indica portanto estar-se na fase final do processo. Sabe-se que Biden, que foi vice-presidente de Barack Obama, tem afirmado que é importante haver uma boa relação pessoal entre o presidente e o vice-presidente particularmente desde que este cargo passou a ter um papel ativo nas deliberações políticas.

Lanhee Chen do centro de estudos Instituto Hoover foi conselheiro do antigo candidato Mitt Romney e teve um papel importante na escolha daquele que foi candidato à vice-presidência Paul Ryan disse que para ele “o ponto mais importante, que as pessoas geralmente não têm em conta, é que há uma componente profundamente pessoal nesta questão”.

“A questão é: Sente-se o candidato presidencial confortável com o candidato à vice-presidência e é por isso que estas reuniões a dois esta semana vão ser muito importantes”, acrescentou.

É claro que na escolha há muitas outras questões que são investigadas e analisadas. O estado de onde é, declarações que fez no passado e que possam agora afectar a sua credibilidade, os negócios em que esteve envolvido, mesmo a sua vida pessoal é alvo de intensa investigação.

Lanhee Chen fez notar que ‘nunca se vai ter um candidato perfeito à vice presidência” pois “vai sempre haver algum aspecto desse candidato, quer seja o que fizeram no passado, quer seja a geografia que o vão tornar menos do que perfeito”.

“Portanto o que depois acaba por ser importante para além das investigações, das questões que é preciso ter em conta no processo, é realmente essa relação que se vai desenvolver entre o candidato à presidência e o candidato à vice-presidência”, disse.

“Há confiança entre os dois? Pode o candidato a presidente ter a certeza que o candidato à vice-presidência vai seguir as linhas da campanha, apresentar essas linhas correctamente? Penso que isso vai ser o factor mais importante”, acrescentou Lanhee Chen.

Favoritas? Os nomes que mais aparecem mencionados são o da senadora Kamala Harris e de Susan Rice, com Karen Bass outro nome a ser mencionado.

A salientar que em caso de vitória nas presidenciais de Novembro quem quer ser que seja escolhida terá uma oportunidade em quatro anos de ser ela própria candidata à presidência gozando da visibilidade que o cargo de vice-presidente lhe dá. Isto porque Joe Biden com 77 anos de idade já indicou que se vencer estas eleições não será candidato nas próximas presidenciais.

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