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Há assédio sexual nas redacções, dizem jornalistas moçambicanos


Imprensa moçambique
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Profissionais e organizações querem debater o assunto

O assédio sexual nas redações está afastar as mulheres na profissão do jornalismo em Moçambique.

A denúncia é do secretário-geral do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) que diz ser urgente combater o fenómeno visando a promoção do género no chamado quarto poder.

Por seu lado, a Gender Links pretende debater acções com vista a remover as barreiras que inibem a permanência de jornalistas de sexo femenino nas redações, bem como a inserção da mulher nos processos políticos do país.

Assédio sexual inibe inserção da mulher no jornalismo em Moçambique - 2:30
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Moçambique ratificou recentemente o protocolo da Comunidade de Desenvolvimento para África Austral sobre a necessidade de haver paridade de género nos órgão de comunicação social na área de jornalismo.

Porém, o assédio sexual de que são alvo, faz com que muitas mulheres desistam da profissão de jornalistas, segundo Isabel Manhiça, chefe de Redacção da Televisão Independente de Moçambique.

"Eu pessoalmente nunca passei por isso, nas já acompanhei casos de colegas, pois existem alguns chefes de Redacção e editores que tentam conquistar e quando não são satisfeitos colocam barreiras, em trabalhos difíceis, obstáculos que acabam limitando as mulheres no jornalismo", disse Isabel Manhiça.

Estes casos são do conhecimento do SNJ e Eduardo Constantino sugere um debate aberto e urgente para se combater o fenómeno.

"Sei que há problemas sérios, problemas de assédios, vamos debater e vamos chegar a conclusões para removermos essas barreiras para termos a mulher no jornalismo e recordo que as Nações Unidades definiram que até 2030 tem que haver parida de género nas redações", asseverou o secretário executivo do sindicato.

Por seu lado, a Gender Links pretende debater e implementar acções com vista a remover as barreiras que inibem a permanência de jornalistas de sexo feminino nas redações.

Para Alice Banze é algo que também pode influenciar a inserção da mulher nos processos políticos do país.

"Há necessidade porque olhando para aquilo que são as eleições autárquicas que se avizinham e o cenário actual do país que estamos com 53 municípios, mas apenas cinco são liderados por mulheres, achamos que está na hora de trazer o jornalista para poder ajudar a reverter esta situação, o papel do jornalista neste momento é muito importante Iara essas questões", referiu Alice Banze.

Esta visão é também subscrita por Normalia Mazuze, da Deaconia, uma organização que trabalha na promoção de igualdade de género no país.

"Pretendemos promover a integração rumo à igualdade do género com vista a não só ter mulheres na liderança, mas também ter mulheres activas e com uma voz activa, capaz de discutir e poder tomar decisões acerca do seu próprio trabalho", considerou Normália Mazuze.

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