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Assassinado o Presidente do Haiti, Jovenel Moïse


Foto de arquivo: Presidente do Haiti, Jovenel Moïse numa entrevista em sua casa em Petion-Ville, um subúrbio de Port-au-Prince, Haiti.
Foto de arquivo: Presidente do Haiti, Jovenel Moïse numa entrevista em sua casa em Petion-Ville, um subúrbio de Port-au-Prince, Haiti.

Moïse, de 53 anos, governou por decreto por mais de dois anos

O Presidente haitiano Jovenel Moïse foi assassinado num ataque à sua residência particular, disse o primeiro-ministro interino do país em comunicado na quarta-feira, 7 de Julho, chamando-o de "acto odioso, desumano e bárbaro".

A primeira-dama Martine Moïse foi hospitalizada após o ataque nocturno, disse o primeiro-ministro interino Claude Joseph.

"A situação de segurança do país está sob o controle da Polícia Nacional do Haiti e das Forças Armadas do Haiti", disse Joseph em nota do seu gabinete. "A democracia e a República vencerão."

Nas primeiras horas da manhã de quarta-feira, as ruas estavam quase vazias em Port-au-Prince, capital do país caribenho, mas algumas pessoas saquearam empresas.

Joseph disse que a polícia foi deslocada para o Palácio Nacional e para a comunidade de luxo de Pétion-Ville e será enviada para outras áreas.

Joseph condenou o assassinato como um "acto odioso, desumano e bárbaro." Ele disse que alguns dos agressores falavam em espanhol, mas não ofereceu mais explicações.

Os problemas económicos, políticos e sociais do Haiti aprofundaram-se recentemente, com a violência dos gangues a aumentar fortemente na capital Port-au-Prince, a inflação a crescer e alimentos e combustível a ficar cada vez mais escassos num país onde 60% da população ganha menos de 2 dólares por dia. Esses problemas acontecem enquanto o Haiti ainda tenta se recuperar do devastador terramoto de 2010 e do furacão Matthew que atingiu em 2016.

Moïse, de 53 anos, governou por decreto por mais de dois anos, quando o país não realizou eleições, o que levou à dissolução do Parlamento. Os líderes da oposição acusaram-no de sede de poder, depois da aprovação de um decreto que limitava os poderes de um tribunal que audita contratos governamentais e outro que criou uma agência de inteligência que responde apenas ao Presidente.

Nos últimos meses, os líderes da oposição exigiram a sua renúncia, argumentando que o seu mandato terminou legalmente em Fevereiro de 2021.

Moïse e os seus apoiantes afirmaram que o seu mandato começou quando ele assumiu o cargo no início de 2017, após uma eleição caótica que forçou a nomeação de um Presidente provisório para servir durante um período de um ano.

O Haiti deve realizar eleições gerais ainda este ano.

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