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Angola: "Novo Jornal" Prestes a Mudar de Mãos


Angola: "Novo Jornal" Prestes a Mudar de Mãos
Angola: "Novo Jornal" Prestes a Mudar de Mãos

Em Luanda todas as atenções dos profissionais da comunicação social estão viradas para o futuro do “Novo Jornal”.

Em Luanda todas as atenções dos profissionais da comunicação social estão viradas para o futuro do “Novo Jornal”. De facto, a publicação parece prestes a mudar de mãos e multiplicam-se as interrogações acerca da identidade e dos objectivos dos supostos compradores. Tudo isso no momento em que os poucos meios de comunicação social independentes de Angola sofrem cada vez maiores pressões.
Pelo que se pôde apurar, esta informação é dada como facto consumado e tornou-se corrente no seio dalguns trabalhadores que adiantaram que este negócio ficou praticamente fechado na semana passada.
Não se consegue chegar ao contacto com os accionistas da empresa, nem foram revelados valores implicados. Por identificar está também o nome do novo comprador, embora as fontes se refiram a interesses de figuras ligadas ao poder político e do Estado.Para além da ESCOM empresa que decidiu recentemente alienar a parte que detinha na sociedade, nunca deram cara, os accionistas “bumbus” calão que corresponde ao nacional geralmente negro, o que não deixa de ser estranho.Esta manhã, ironizando um dos responsáveis da publicação que pediu para não se identificado, disse não compreender como se conheciam os donos estrangeiros que garantiam os seus salários, mas que nunca se chegava a saber quem são estes angolanos que integram a propriedade.A fonte que vimos citando assegurou que decorrem as negociações, faltando confirmar a concretização do trato.Pela sua natureza, a legislação angolana impõe certos princípios a este tipo de negócios, alguns dos quais podem ser encontrados na lei de Imprensa que é regulamentada faz 5 anos, dentro dos próximos dois meses.Esta lei proíbe a constituição do monopólio no seu Artigo 25 que ponha em causa a isenção e o pluralismo da informação e a sã concorrência.Noutro Artigo da lei obriga-se a nominação das acções para as empresas que assumam a forma de sociedade anónima, mas na prática nada é respeitado.Apesar dos fundos de que dispõe do orçamento do Estado, cerca de 70 milhões de dólares americanos em 2011, não exerce fiscalização o próprio ministério da Comunicação Social, cuja existência é hoje muito questionada, por causa do comprometimento político e partidário dos seus titulares. Todos parecem auto-demitidos das suas obrigações. O órgão independente vocacionado para o efeito, o Conselho Nacional da Comunicação Social não dispõe de autoridade legalmente sustentada. A título de exemplo, nem se quer um regulamento mais actualizado foi aprovado até agora. É um quadro complicado o que se vive neste sector onde forças económicas associadas ao poder político tomam de assalto e procuram controlar os meios de comunicação social.Lembro que aquando da venda de dois conhecidos títulos noticiosos ocorrido em Junho passado, o órgão de supervisão não podendo fazer muito, limitou-se em comunicado a recordar as partes sobre a necessidade da observância da lei no que toca a nominação dos sócios das empresas envolvidas.

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