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Leon Panetta adverte o Irão para não interferir no Iraque


Leon Panetta, secretario americano da defesa
Leon Panetta, secretario americano da defesa

Secretário americano da defesa, considera que Teerão quer aproveitar-se da retirada militar americana

O Secretario da defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta alertou o Irão para não criar problemas no Iraque aproveitando-se da retirada das tropas americanas naquele país.

Forças de segurança iraquianas prenderam cerca de 200 antigos membros do partido Baas e ex-comandantes militares acusando-os de atentar contra o governo.

A imprensa iraquiana reportou esta semana a detenção de cerca de duas centenas de antigos membros do partido de Saddam Hussein. Um comunicado governamental publicado pela televisão estatal acusa-os de tentativa de derrube do governo.

Essas detenções surgem ao mesmo tempo que o Secretário da defesa americana, Leon Panetta numa visita ao Japão advertiu ao Irão para não ter ilusões sobre o continuado engajamento americano no Iraque, apesar da anunciada retirada das tropas prevista para o final deste ano.

Líderes políticos sunitas iraquianos incluindo o vice-presidente Tariq al-Hashemi mostram-se revoltado com as detenções. Hashemi alertou para o que chamou de caça as bruxas em torno dos membros do partido Baas.

Tariq al-Hashemi qualificou as detenções de situações inesperadas e pediu aos mais altos responsáveis do governo para explicarem os motivos subjacentes. O vice-presidente iraquiano adiantou ainda que os líderes do seu país devem procurar a unidade em vez de divisão.

Por sua vez, o líder da oposição iraquiana, Iyad Allawi, cujo partido obteve a maioria parlamentar nas eleições do ano passado, acusou o primeiro-ministro, Nouri al-Maliki de ter ordenado as detenções com vista a marginalizar os seus opositores.

Allawi considerou as detenções como parte de uma política do primeiro-ministro para isolar os opositores do governo.

Líderes políticos iraquianos estão preocupados com a crescente influência do Irão no país enquanto se assiste a retirada das tropas americanas. Peter Harling um especialista em questões do Médio Oriente diz que as prisões de antigos membros do partido Baas no Iraque fazem parte de uma estratégia dos partidos pro-iranianos a fim de obter o controlo das forças de segurança.

“Esta noção de golpe de Estado está a ser usada num contexto que visa pôr de lado os elementos que podem melhor resistir ao reforço da influência iraniana no Iraque… em particular os oficiais da antiga escola que saudosos do passado podem tentar obter uma postura mais nacionalista, sendo por isso anti-iranianos mais do que nunca.”

Contudo o antigo presidente iraniano Abolhassan Bani Sadr exilado em França não tem a mesma perspectiva. Bani Sadr não acredita que o Irão venha a reforçar a sua influência no Iraque.

O antigo presidente iraniano diz que a curto prazo o Irão não será capaz de manter uma forte influência sobre o Iraque apesar da sua boa relação com dois grandes partidos Shiitas e ainda porque o segmento sunita islâmico da opinião pública iraquiana, é anti-iraniana.

Bani Sadr diz no entanto acreditar que ao longo prazo o Iraque deverá procurar por umas relações mais próximas com o Irão com vista a aumentar a sua presença no concerto dos países árabes.

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