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Vacina anti-SIDA testada em Moçambique


Vacina anti-SIDA testada em Moçambique
Vacina anti-SIDA testada em Moçambique

Dois medicamentos vão ser testados

O Ministério da Saúde anunciou esta quarta-feira, o início até ao final deste mês, da realização de ensaios clínicos de dois medicamentos que constituem proposta de vacina preventiva contra o HIV e SIDA.

Segundo o anúncio feito pelo Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, os ensaios pretendem avaliar os efeitos adversos, a tolerância, a eficácia e a “imunogecidade” de uma combinação com o nome de ADN-MVA contra o HIV.

Os testes serão realizados em 24 jovens voluntários, com idades compreendidas entre os 18 e 24 anos, que não estejam contaminados pelo vírus da doença , e a quem deverão ser administrados doses daquela combinação e ser acompanhados durante 18 meses.

As vacinas a serem usadas nos ensaios foram produzidas no Instituto Karolinska (Suécia) e o Instituto Militar de Pesquisa Walter Reed (EUA) e a sua combinação já foi testada, nos mesmos níveis a serem usados em Moçambique, em voluntários da Tanzânia e Suécia, tendo terminado com resultados considerados encorajadores.

“Há uma série de especificidades genéticas das várias populações que devem ser levadas em conta para o desenho de uma vacina” e por outro lado, “há também uma série de especificidades do próprio vírus que circula no país, que têm que ser levadas em conta, pois, o HIV sofre diversas mutações genéticas, que fazem com que o vírus que circula em Moçambique não seja o mesmo da Tanzânia”, disse Ilesh Jani, director do Instituto Nacional de Saúde, justificando a réplica em Moçambique, do ensaio.

Apesar das perspectivas encorajadoras dos produtos a serem usados nos ensaios, as autoridades moçambicanas realçam que “não significará ter sido descoberta” da tão almejada vacina. Contudo, caso se confirmem as previsões, Moçambique terá dado uma grande contribuição para este processo.

Os ensaios prestes a iniciar foram financiados pelo European and Developing Countries Clinical Trials Partnership (EDCTP) e pelo governo da Suécia, que desembolsaram USD 1.9 milhões e terão lugar no Instituto Nacional de Saúde, na cidade do Maputo, com a liderança de uma equipa de investigadores nacionais.

Os estudos que antecederam a fase de ensaios iniciaram em 2008, como parte de uma iniciativa de um consórcio denominado TaMoVac (Tanzania and Mozambique Vaccine Program), do qual fazem parte, para além destes dois países, a Suécia, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos da América.

Dados actualizados indicam que Moçambique regista diáriamente cerca de 350 infecções com HIV, cuja doença afecta 1400 mil pessoas, com idades entre os 15 e 49 anos, dos quais, 250 mil sobrevivem com base na terrapia antiretroviral.

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