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Dez anos do 11 Set: Espionagem afectada por ataques de Setembro 2001


Michael Hayden
Michael Hayden

Ataques da Al Qaida levaram a uma reorganização dos serviços de espionagem

Espionagem afectada por 11 de Setembro

De entre todas as instituições do governo, as agencias de espionagem dos Estados Unidos foram dos mais afectadas pelos acontecimentos de 11 de Setembro de 2011.

Ao fim e ao cabo era o trabalho dessas agências de espionagem detectar e interceptar ataques contra interesses americano interna e externamente.
Quando se deu o ataque de 11 de Setembro de 2001 Michael Ayden era o director da agência nacional de segurança, o braço dos serviços de informações dos Estados Unidos que intercepta comunicações.

Hayden disse ter recebido uma chamada telefónica do director da Cia George Tenet.

“Ele perguntou-me apenas: o que é que tens? Eu disse: George estão a celebrar. Podíamos ouvir mensagens de parabéns através da rede da al qaida em todo o mundo. Eu disse que embora não tivéssemos nada de concreto era óbvio quem era responsável pelo ataque. Todos sabíamos isso. Todos sabíamos que tinha sido a al qaida”, recordou Hayden
A pergunta que tem ensombrado os serviços de espionagem é a razão porque o ataque não foi detectado.

Críticos afirmam que se trata do ,maior lapso desses serviços desde o ataque do Japão a Peral Harbour de 1941. Hayden, que acabou por substituir Tenet como director da CIA atribui o lapso ao que diz ser “falta de imaginação”

“O padrão da al qaida era atacar a América mas atacar através dos interesses americanos no estrangeiro. Um navio de guerra perto do Yemen, embaixadas na África oriental. Por isso embora soubéssemos que corríamos perigo não tivemos a imaginação para nos apercebermos do nível a que se poderia chegar para nos atacar e que esses ataques seriam levados a cabo em território americano,” disse

A comissão especial que investigou o falhanço dos serviços de espionagem concluiu que as diferentes agencias possuíam pedaços de informações mas que ninguém tinham coordenado essas informações ou como dizem os profissionais desses serviços, ninguém tinha “ligado entre si os pontos do quebra cabeças”.

Sob recomendação dessa comissão o congresso criou um novo posto governamental para coordenar os serviços de espionagem, com o título de Director Nacional de Informações ou intelligence como se diz em inglês.

Dennis Blair que ocupou essa posição de 2009 até Maio do ano passado disse no entanto que o problema não era tanto a falta de partilha de informação mas o facto de haver informação a mais.

“Fizemos uma investigação cuidados e concluímos que a partilha de informação não foi o problema. De facto a maior parte do problema foi informação a mais. Tanta informação tinha entrado que as pessoas e instrumentos que tínhamos não eram capazes de detectar o que era verdadeiramente importante daquela grande quantidade de informação,” disse.
Blair, um almirante da marinha na reforma disse que a partilha de informação melhorou mas que o director nacional de informações ou intelligence ainda não tem poderes suficientes para ultrapassar a resistência de outras agencias de espionagem em partilharem as suas informações
O congresso criticou também o centro nacional de contra terrorismo para levar representantes da CIA, FBI e NSA e todos os outros departamentos do governo a partilharem informação.

Michael Leiter que chefiou esse centro de 2007 até Maio deste ano disse que 10 anos após o 11 de Setembro há ainda muita informação a processar , mas que isso é melhor do que informação a menos.

“Na linha da frente do combate ao terrorismo não se pode saber o que vai ser importante no futuro. É por isso que se precisa de toda a informação. Precisa se dos instrumentos de análise porque não se vai saber até se dar o acontecimento que aquela informação é importante para se descobrir uma conspiração,” disse.

Alguns analistas afirmaram que nos últimos 10 anos a pressão sobre a al qaida levou a organização para à beira da extinção. Mas Michael Leiter disse que embora a al qaida esteja em grandes dificuldades, organizações que apoiam os seus ideais e métodos estão e proliferar.

O antigo director nacional de informações ou intelligence disse que o perigo para os Estados Unidos é hoje de pequenas conspirações, como a tentativa de um ataque à bomba em Nova Yorque o ano passado.


“Penso que o tipo de ataque grande e coordenado com várias equipas como foi o 9 de Setembro seria algo que poderíamos detectar antes de acontecer. A ameaça agora é de ataques de uma ou duas pessoas que podem no entanto causar grandes danos. Mas não se pode falar de ataques á escala do 9 de Setembro. Nesse sentido estamos agora mais seguros,” disse.

Mas Leiter avisa que não se pode garantir 100 por cento de sucesso na luta contra o terrorismo.

Dez anos após o 11 de Setembro as tácticas e os combatentes mudaram mas nas sombras continua a decorrer uma guerra entre as organizações de espionagem e extremistas islâmicos

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