Pelo menos oito pessoas foram mortas, no decurso de dois dias, de violentas manifestações anti governamentais de protesto no Malawi.
O presidente Mutharika indicou estar disposto a falar com grupos da sociedade civil e a oposição sobre os assuntos que estão em contestação.
Num discurso transmitido pela rádio nacional Mutharika condenou os protestos mas apelou à calma e referiu ter chegado o momento em participar num diálogo com os seus opositores e encontrar soluções.
O presidente reagiu aos protestos nacionais que assumiram actos de violência em algumas áreas.
Os protestos começaram na quarta-feira sob a forma de manifestações organizadas, tendo prosseguido esta quinta feira de forma esporádica, tendo com frequência acabado em actos de pilhagem e de destruição.
A intervenção presidencial não conseguiu convencer muitos habitantes do Malawi que manifestaram a sua frustração nas redes sociais da Internet.
Kalako, um habitante da capital que usou apenas um nome, afirmou que o presidente Mutharika não se referiu a questões importantes como a situação da economia.
Observadores independentes e activistas referem que os actos de violência que se registaram, como os ocorridos na capital, foram em resposta à forma agressiva e violenta como a policia respondeu.
O responsável da Comissão Consultiva dos Direitos Humanos, um dos organizadores da manifestação de quarta-feira, sublinhou a forma agressiva como a polícia actuou contra os manifestantes.
Segundo ele, o governo de Mutharika tem aprovado leis que reduzem os direitos democráticos, que amordaçam a dissensão e a liberdade de expressão, tendo resultado em reprovação.
Segundo a mesma individualidade a seis anos de crescimento económico, seguiu-se a recessão, levando à escassez de combustível e de divisas estrangeiras que levaram à frustração dos habitantes.
Os países doadores reduziram igualmente os fundos face a decisões do governo e no caso da Inglaterra verificou-se um diferendo diplomático.
Esta situação teve forte reflexo na capacidade do governo em fornecer os serviços sociais essenciais, uma vez que 40 por cento do orçamento é financiado pelos países doadores.