Os generais egípcios dissolveram o parlamento
O recentemente eleito presidente egípcio Mohamed Morsi parece encontrar-se em colisão com os poderosos generais do país após ter ordenado ao parlamento para reunir, desafiando um decreto do Supremo tribunal que dissolveu, no mês passado, a legislatura.
O mês passado os generais egípcios dissolveram o parlamento dando sequência a uma decisão do Supremo Tribunal.
O presidente Morsi, que prestou juramento há um a semana, decretou que a legislatura – dominada pelos Islamitas – deve ser convocada até que uma outra seja eleita.
Segundo ele as eleições vão ser efectuadas no prazo de 60 dias da redacção de uma nova constituição e aprovada num referendo, um processo que os analistas dizem poder levar meses.
O anúncio levou o Conselho Supremo das Forças Armadas a reunir de emergência no domingo à noite, e que foi retomado mais tarde.
Ao final desta segunda-feira, o Supremo Tribunal Constitucional revelou que a decisão de dissolver o parlamento era final e obrigatória.
Hafez Abu Saad, um advogado e presidente da Organização de Direitos Humanos egípcia afirma acreditar que presidente deveria agir de uma forma diferente e que criou uma tensão política.
Saad afirma acreditar que poderia ter sido tratada de varias maneiras, mas que consiste num confronto e que pode significar a um a ocorrência do tipo de uma guerra fria entre a presidência, o conselho militar e as forças civis.
Fahmy Howeidi, um colunista independente ressalta que a decisão foi anunciada dias antes da sua primeira visita ao estrangeiro e antes da visita ao Cairo da Secretaria de Estado americana Hillary Clinton.
O advogado Abu Saad refere ainda que a decisão do Presidente Morsi de contestar a decisão do Supremo Tribunal Constitucional não tem precedentes no Egipto moderno – algo que até mesmo Hosni Mubarak, Anwar Sadat e Gamal Abdel Nasser nunca fizeram.
Refere Saad que o presidente jurou respeitar a lei e a constituição e fê-lo perante o tribunal constitucional, e mesmo assim foi o primeiro a violar uma decisão daquele tribunal.
Embora ninguém esperava uma relação fácil entre o exército e um presidente muçulmano conservador, muitos acreditam que acreditavam que Morsi iria avançar com mais cuidado e não iria provocar, tão cedo, uma confrontação com os generais.