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Senegal: Desemprego de 50% alimenta oposição ao governo


Manifestações em Dakar
Manifestações em Dakar

Autoridades senegalesas tentam desvirtuar a postura não violenta do grupo "Y'en a marre", os "Estamos fartos. Chega".

No Senegal um grupo de jovens músicos e jornalistas encontra-se há varias semanas na base dos protestos anti-governamentais.

Embora a noite já esteja avançada, a sala de estar de Fadel Barro encontra-se cheia de actividade e a electricidade voltou a falhar.

Jovens, raparigas e homens, encontram-se em casa de um jornalista, sentados nos sofás, escutando música, à luz de velas, actualizando as contas dos Facebook, fumando na varanda e bebendo chá senegalês.

Nos últimos meses, esta tem sido a sede dos membros de uma geração que se diz farto do governo e da deterioração da qualidade de vida. Quase metade dos senegaleses está desempregada; os preços dos alimentos são elevados, os cortes de energia constante.

O presidente Abdoulaye Wade tentou emendar a constituição de forma a obter a sua reeleição em Fevereiro. Foi nessa altura que um grupo de jovens disse “Estamos fartos, chega - Y'en a marre”.

Alione Sane é um dos fundadores do grupo hip-hop Y'en a marre. Sane refere tratar-se de um momento atribulado para o Senegal. O grupo é formado por jovens que não desejam aconteça no Senegal aquilo que aconteceu no Egipto ou na Tunísia. Sane sublinha que o Grupo Y'en a marre não deseja que as pessoas se imolem pelo fogo, e tenta convencer os jovens que quando incendeiam o país não é o governo que sofre mas os seus habitantes.

O grupo Y'en a marre começou a organizar concertos, manifestações e debates públicos para encorajar os senegaleses a não adoptarem actos de violência. No entanto milhares de manifestantes furiosos ocuparam a 23 de Junho as ruas de Dakar, incendiando pneus, pilhando edifícios governamentais e confrontando a polícia anti motim no exterior da Assembleia Nacional.

Foi a maior demonstração de violência dos dez anos no poder do presidente Wade. O seu filho Karim responsabilizou os opositores políticos de armar os manifestantes.

Fadel Barro um dos pioneiros do grupo, sustenta que as autoridades senegalesas estão a tentar desvirtuar a postura não violenta do grupo Y'en a marre.

Barro frisa ser o presidente Wade que escolheu a violência, e que os senegaleses estão com o grupo é por desejarem mudar a situação através de eleições.

O grupo iniciou uma campanha destinada a encorajar mais de um milhão de jovens a registarem-se antes de Outubro.

O antigo primeiro-ministro Macky Sall que deve disputar com o presidente o sufrágio do próximo ano manifesta-se encorajado pela campanha do grupo Y'en a marre, no sentido de que o Senegal seja governado com democracia, liberdade e paz.

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