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Nigéria: Frustração e temor em Maiduguri


Depois de 3 anos de combates entre as forças de segurança e os militantes os líderes locais dizem que Maiduguri está um autêntico caos.

O novo director da segurança nacional da Nigéria, Sambo Dasuki, afirmou que o cessar-fogo entre o governo e o grupo militante Boko Haram poderá ter efeitos visíveis na cidade nortenha de Maiduguri nas próximas semanas.

A correspondente da VOA em Abuja, Heather Murdock entrevistou entretanto alguns residentes que lhe expressaram frustração e temor pelo ambiente que se vive na cidade.

Um dos habitantes de nome Ibraim, costumava viver junto a uma mesquita que era a sede da seita islâmica Boko Haram antes de ser demolida transformando o bairro numa zona de guerra.

Os habitantes da zona, diz ele, estão agora constantemente debaixo de fogo e sob ameaça da explosão de bombas: “ achamos que não temos outra alternativa que não seja fugir da zona se quisermos continuar vivos.”

Depois de 3 anos de combates entre as forças de segurança e os militantes os líderes locais dizem que Maiduguri está um autêntico caos.

Bulama Mali Gubio, responsável de uma associação de idosos, afirma que já não pode sequer sair de casa para ir às compras ou à mesquita: “ Os nossos mercados e outros locais de reunião já não existem. Muitas pessoas já não têm escolas para onde mandar os filhos. Todas as coisas que são importantes para nós em termos de cultura, tradição e orgulho já não existem.”

Gubio pediu a ambos os lados para que deponham as armas e apelou às forças de segurança que diminuam a presença de soldados armados no seio das comunidades.

Apelou por outro lado aos militantes islâmicos para que se integrem de novo na sociedade prometendo que as suas reivindicações serão ouvidas: “ Queremos apelar-vos para que considerem a sorte do vosso próprio povo, deponham as armas, regressem e voltem a integrar-se”.

Na sexta-feira passada, o novo conselheiro de segurança nacional, Sambo Dasuki, visitou Maiduguri para trabalhar com os líderes locais acerca dos modos de por termo à crise de segurança que tem vindo a verificar-se na Nigéria desde o início das operações violentas do Boko Haram em 2009.

Só desde o princípio do ano o Boko Haram já causou centenas de mortes em ataques contra edifícios do governo, igrejas, mercados e jornais.

Numa conferência de imprensa a 24 de Junho, o presidente nigeriano Goodluck Jonathan afirmou que o objectivo do Boko Haram era o de desestabilizar o governo através do incitamento à violência.

Apelou por outro lado a um diálogo renovado caso o grupo queira assumir uma “identidade pública”.
Até agora as comunicações do grupo militante com a imprensa têm sido quase exclusivamente através do telefone e da Internet.

O Boko Haram afirma que tem por objectivo o estabelecimento da lei islâmica e a libertação de elementos da organização que se encontram detidos.

A organização tem publicitado por outro lado as suas ligações a outras organizações militantes na clandestinidade incluindo a al-Kaida.

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