Garimpo ameaça rios em Manica
Na província de Manica os rios estão a ser afectados pela crescente actividade mineira e as autoridades já estão a estudar formas para proteger a qualidade das águas.
Ao todo são mais de meia dezena de rios onde os garimpeiros tanto moçambicanos como dos países vizinhos têm aproveitado as águas nas suas procuras desenfreadas do ouro e de outros minérios.
Esses garimpeiros vêm de todos os cantos do país, mas também de fora de portas, de vários países africanos: Zimbabwe, Malawi, Somália, da Nigéria.
Gentes que fazem escavações e a comercialização ilegal de minérios; de ouro, para ser mais concreto.
Ouro extraído essencialmente no interior da Reserva de Chimanimani, no distrito de Sussundenga, e na localidade de Mharidza, no distrito de Manica. São zonas situadas bem próximo da fronteira com o Zimbabwe.
Garimpo artesanal, uma actividade que, no entanto, está a ser feita de forma desregrada e que está a poluir muitos cursos de água nesta província do centro de Moçambique.
É um problema sério este que está a acontecer em Manica, quaixa-se Olavo Deniasse, Director dos Recursos Minerais e Energia da província.
Olavo Deniasse, Director dos Recursos Minerais e Energia da província e Filomena Manhiça, Administradora do Distrito de Manica, entrevistados pela Voz da América, falando de um problema que parece não ter solução à vista.
No ano passado, as autoridades governamentais promoveram um seminário na própria vila de Manica, com o envolvimento de vários Ministérios, incluindo o do Ambiente, líderes comunitários e representantes da sociedade civil, numa tentativa para esboçar uma estratégia. Foram tomadas várias medidas, uma das quais consistiu em treinar os garimpeiros no sentido de seguirem boas práticas de mineração artesanal, para evitar poluir os rios.
A Administradora Distrital de Manica diz que, embora ainda sem o impacto desejado, as medidas estão a resultar, mas o Director Provincial dos Recursos Minerais reconhece que, dadas as proporções, não será possível eliminar por completo o garimpo ilegal, não pelo menos a breve trecho, tendo frisado que, encontrar uma saída, vai requerer o envolvimento de todos, até ao mais alto nível.
Perguntamos porquê que não se legaliza os ilegais ou porquê que não se faz uso da força para retirar os garimpeiros daqueles locais.
E, de acordo ainda com Olavo Deniasse, o garimpo ilegal está a lesar muito o Estado moçambicano.
Não há dados considerados fiáveis, mas, segundo o Director Provincial dos Recursos Minerais de Manica, apenas uma ínfima parte do ouro extraído pelos garimpeiros entra para o circuito legal. Por exemplo, no ano passado, foram cerca de 100 quilos de ouro, disse Olavo Deniasse.