A administração americana tenciona parar com a deportação de jovens imigrantes ilegais, dando oportunidades de trabalho aos que chegaram no país ainda criança.
Este plano do presidente Obama deve ser debatido esta tarde na Casa Branca.
A administração Obama está debater formas de parar com as deportações de jovens ilegais e em contrapartida atribuir vistos de trabalho a aqueles que chegaram no solo americano ainda durante a sua infância.
Esta iniciativa que tem no lugar no ano de eleições vem responder a uma das prioridades do influente eleitorado latino, que ao longo dos últimos anos tem dado voz a sua oposição às políticas de deportação dos sucessivos governos.
De acordo com o jornal The Washington Post, que cita dois altos responsáveis da actual administração, o plano deverá afectar mais de 800 mil imigrantes no território americano em risco de deportação. A acção poderá igualmente contornar o Congresso e permitir a concretização parcial do chamado Dream Act – o Sonho Americano – uma proposta de lei que visa estabelecer as vias para a naturalização de jovens que entraram ilegalmente nos Estados Unidos durante a infância, e que mais tarde integraram as universidades e as forças armadas.
A Secretária do Interior, Janet Napolitano, segundo reporta o jornal The Washington Post, devia ter feito há uma semana, o anuncio desta nova política de imigração, uma semana antes da intervenção do presidente Barack Obama na conferência anual na Florida da Associação Nacional de Latinos Eleitos e no governo.
O presidente Obama debate hoje a tarde o novo plano no Jardim das Rosas na Casa Branca.
A actual administração propõe livrar da deportação todos aqueles ilegais que entraram no território americano antes dos 16 anos de idade e que estejam abaixo dos 30, tendo os mesmos vividos durante cinco anos consecutivos no país, sem cadastros criminais, que concluíram os estudos liceais, que obtiveram um diploma de estudos gerais do ensino secundário nocturno ou ainda que cumpriram o serviço militar.
Os mesmos poderão requerer uma autorização de trabalho de dois anos sem limites de renovação.
Esta não abrirá contudo as portas para uma naturalização, mas irá eliminar os obstáculos que até então eram encarados como ameaças de uma possível deportação. Ela deverá também garantir o direito a trabalhar legalmente, permitindo a elegíveis imigrantes a habilidade de permanecerem nos Estados Unidos por longo tempo.
A proposta coincide em partes com um projecto-lei do Senador Republicano Marco Rubio do Estado da Flórida que era visto como uma alternativa ao Dream Act.
A verdade é que nas eleições deste ano o voto do eleitorado Hispânico é descrito como importante nos Estados altamente disputados e vulneráveis em termos de tendências de votos como o Colorado, Nevada e Florida.
Apesar do presidente Obama beneficiar ainda da maioria do eleitorado hispânico esse entusiasmo está em queda devido ao fraca recuperação económica e a sua incapacidade de obter o apoio do Congresso para rever as leis de imigração e a agressiva política de deportação.