O Relatório do Comité Técnico apresentado ao princípio da tarde de hoje era aguardado com alguma expectativa sobretudo devido as conclusões a que chegaria no toca a questões que se prendem por exemplo com as “Repercussões das mudanças climáticas sobre a segurança alimentar e gestão dos recursos naturais” e os “Apoios prestados pela FAO aos países para os programas relacionados com Agricultura”.
Com uma agricultura de sequeiro, subdesenvolvida portanto que reproduz círculos viciosos de pobreza familiar é com natural expectativa que os olhos do continente convirjam para Luanda onde ministros e representantes de 53 países estão reunidos para decidir sobre questões que têm a ver com a Fome, Segurança Alimentar, Reformas e o plano de trabalhos para os próximos anos.
O dia de hoje foi intenso de trabalhos. O Relatório da Conferência é adoptado amanhã.
Angola que tem recursos e potencial para a agricultura apresentou-se com números de um balanço positivo a indicar melhorias segundo o Executivo. Por exemplo, passou de menos cinco passou para 58 por cento o contributo total do PIB não petrolífero segundo o Vice-Presidente da República.
Fernando Dias dos Santos “Nandó” falava hoje na cerimónia de abertura da sessão de Ministros de África.
Apesar de reiterado entusiasmo por parte dos políticos, da teoria a prática é grande a distância.
Este evento conta com a supervisão da Sociedade Civil que se mostra preocupada não só com as formas de tomadas de decisão e da própria condução das mesmas decisões.
Vieram a Luanda idos de vários países para escalpelizar ponto a ponto o cumprimento dos Acordos anteriormente assumidos pelos Executivos. Previam intervir na sessão plenária de ministros e ver reflectidos os seus pontos de vista no relatório final desta Conferência.
Por exemplo dez por cento dos respectivos Orçamentos dos Estados devia ser dedicado a agricultura. Esta foi uma decisão da conhecida reunião de Maputo. Mas poucos países puderam cumpri-la.
A corrida pela posse da terra por parte de grupos empresariais começa a ser vista como ameaça aos interesses das comunidades locais.
As consequências da experiência da revolução verde no México e na Índia, modelo que se pretendia para o continente Africano começam a enfrentar resistências.
Perguntei a Luís Muchanga do Movimento Internacional de Camponeses se essa resistência era sinónimo de negação a assistência técnica?
Luís Muchanga moçambicano de nacionalidade entrevistado à margem dos trabalhos.
O “side event” reúne 30 participantes representando África que regista a ausência da Nigéria, África do Sul e Zimbabwe. Desconhecem-se as razões.
Repercussões das mudanças climáticas sobre a segurança alimentar