O governo em função da Costa do Marfim tenta recrutar mais tropas, uma vez que os combates se aproximam da capital, Yamoussoukro. Cris Vieira nos conta agora que os rebeldes que apoiam o líder internacionalmente reconhecido como vencedor das eleições de novembro passado abriram uma ampla ofensiva pelo país.
O chefe do Estado-Maior, General Philippe Mangou, diz que o exército leal ao presidente em função, Laurent Gbagbo, irá recrutar mais combatentes para defender a soberania da Costa do Marfim. As forças de Mangou sofreram uma série de derrotas, no Oeste e no Centro do país, e agora parecem fracassar também na capital, Yamoussoukro, frente ao avanço dos rebeldes que apoiam Alassane Ouattara, reconhecido pelas Nações Unidas como vencedor das eleições presidenciais da Costa do Marfim, realizadas em novembro passado.
Além de moverem-se para perto de Yamoussoukro, os rebeldes pró-Ouattara conquistaram território também no Leste, próximo à fronteira com Gana, e parecem avançar a Sul, em direcção ao porto de São Pedro.
O governo de Gbagbo pediu um cessar-fogo, mas o governo Ouattara declarou que todos os meios pacíficos para Gbagbo admitir a perda das eleições foram exauridos.
Meses de esforços de mediação falharam em resolver a crise política que agora estourou em combate aberto, na Costa do Marfim.
Mais cedo esta semana, Ouattara rejeitou a escolha de um mediador pela União Africana, argumentando que o ex-ministro de Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, José Brito, seria muito próximo a Gbagbo. O governo de Gbagbo aceitou a escolha e afirmou planejar participar das conversações na Etiópia, na semana que vem.
A União Africana, a Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental, a União Europeia, as Nações Unidas e os Estados Unidos reconhecem Ouattara como o legítimo vencedor das eleições de novembro e solicitam a Gbagbo que renuncie.
Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acusou Gbagbo de usar matadores para permanecer no poder, intimidar a oposição e o devidamente eleito presidente.
A ONG internacional Human Rights Watch declarou que militantes e soldados pró-Gbagbo estariam engajados numa campanha de violência contra apoiadores de Ouattara e outros cidadãos da África Ocidental, que pode constituir crimes de guerra.
O governo de Gbagbo pediu um cessar-fogo na Costa do Marfim