A Rússia está a alertar que os esforços ocidentais e árabes para a adopção pelo Conselho de Segurança de uma resolução sobre a Síria, podem conduzi a guerra civil.
O vice-ministro russo dos negócios estrangeiros, Gennady Gatilov disse hoje que o apoio ocidental e árabe a proposta de resolução não conduzirá a nenhum compromisso sobre os 10 meses de rebelião contra o regime do presidente sírio Bashar al-Assad.
A Secretária de Estado norte americana entende que as Nações unidas devem pôr o fim ao que chamou de “ataques violentos e brutais” do governo sírio contra o seu povo.
Num comunicado Hillary Clinton diz que o Conselho de Segurança de deve tornar claro para o regime da Síria que a comunidade internacional tem visto as suas acções como uma ameaça à paz e segurança.
Clinton vai hoje a Nova Iorque para apoiar a proposta de resolução da Liga Árabe contra o presidente Bashar al-Assad, por entender que o governo sírio já tem condições para garantir uma transição pacífica, numa altura em que a instabilidade parece dominar a região.
A porta-voz do Departamento do Estado, Victória Nuland diz que Hillary Clinton vai ter uma conversa franca e forte acerca da Síria.
“Ela vai enviar uma mensagem muito clara, que apoiamos o povo sírio. Que estamos consigo. Estamos ao vosso lado na vossa esperança e aspiração para o melhor, mais futuro democrático. Primeiro e antes de tudo que tem que se acabar com a violência.”
A proposta de resolução de autoria de Marrocos deverá ser apresentado ao Conselho de Segurança lterça-feira em Nova Iorque. A sessão contará com a presença de representantes e membros de governos ocidentais e árabes que apoiam o texto, incluindo o chefe da Liga Árabe, o primeiro-ministro do Qatar Nabil Elaraby, a Secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton e os seus homólogos do Reino Unido e da França.
Contudo a Rússia já deixou a entender que irá opor-se a qualquer medida do Conselho de Segurança que no seu entender possa dar aos países ocidentais o pretexto para desencadear acções militares contra o governo do presidente Bashar al-Assad.
A Síria é um parceiro militar russo de longa-data tendo permitido a Moscovo a instalação de uma base naval no Mediterrâneo e frequentemente um comprador de armas russas.
O Secretário-geral das Nações Unidas disse hoje esperar que o Conselho de Segurança aja de forma coerente e que reflicta a vontade da comunidade internacional para o fim da repressão na Síria. Ban Ki-moon falava durante a sua visita a Jordânia.
Membros da oposição síria disseram que as tropas governamentais estão a consolidar hoje o controlo nos subúrbios de Damasco depois de vários dias de pesados combates com rebeldes.
Os confrontos entre apoiantes do governo e a rebelião terão provocado cerca de uma centena de mortos na sua maioria civis na província de Homs.