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Indonésia: Vítimas do vulcão Merapi refazem a vida através do turismo


Indonésia: Vítimas do vulcão Merapi refazem a vida através do turismo
Indonésia: Vítimas do vulcão Merapi refazem a vida através do turismo

Desalojados vendem DVDs aos turistas com imagens da sua desgraça

11 Jan 2011 - Na Indonésia, os desalojados pelas erupções vulcânicas do ano passado, enveredaram-se pelo turismo como forma de obter meios de sobrevivência.

Vendem DVDs com imagens das suas desgraças a centenas de turistas.

Multidões de indonésios ansiosos em perceber o grau de destruição provocada pelo mais activo vulcão do país, estão a criar oportunidades de negócios entre registos de uma tragédia.

O Monte Merapi voltou a acalmar-se consideravelmente desde o inicio da sua erupção em Outubro passado, e agora carrinhas cheias de turistas indonésios percorrem as aldeias em direcção a crista montanhosa.

Os sobreviventes cujas casas ficaram destruídas pelas lavas cobram agora bilhetes de ingresso a 50 cêntimos por pessoa. Outros vendem garrafinhas de cinzas e DVDs com imagens captadas durante as operações de evacuação, e dos estragos.

Maryem tem dois filhos e perdeu a casa durante o desastre. Ela diz que o turismo não representa uma solução a longo termo, mas de momento é a solução para obter algum dinheiro necessário a alimentação da família.

Ela diz que é uma vítima que tornou-se em espectáculo, ao ponto de se interrogar sobre o que poderia fazer para sobreviver nesse tempo de dificuldades. Adianta que no futuro quando a situação melhorar, vai regressar a sua aldeia.

Maryen vende dois ou três DVDs por dia e ganha cerca de um dólar por cada. O suficiente para comprar comida, e muito pouco mesmo para reconstruir a casa na qual vinha vivendo desde a infância.

O Banco de Desenvolvimento Asiático prometeu três milhões de dólares para financiar abrigos temporários e programas de trabalho de reabilitação das áreas afectadas. O governo indonésio promete em reembolsar aos criadores de gado por cabeça de animal morto durante as erupções, numa zona onde a agro-pecuária é a principal fonte de rendimento.

Mas o dinheiro tarda em chegar, e muitos dos sobreviventes dizem não têr certeza se vão mesmo receber as ajudas.

Tumyem é uma outra mulher que procura recuperar-se do desastre. Vende bebidas e serpentes que descreve como afáveis a turistas para ganhar não mais que dois dólares por dia.

Diz ela que as vezes vende 10 produtos, e outras vezes 6 ou menos. Diz haver muitos turistas, mas as vezes eles não compram nada.

O gás quente e as cinzas que desceram encostas abaixo do Monte Merapi em Outubro e Novembro passados mataram mais de trezentas pessoas e forçaram cerca de 400 mil a abandonarem as suas casas. Foi a mais desastrosa erupção dos últimos cem anos.

Com a acalmia, o governo baixou os níveis de alerta no mês passado. Mas os que fazem a supervisão da situação receiam que os efeitos secundários, como a erosão e cheias causadas pelas larvas frias do vulcão.

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