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2019, ano de incertezas na economia angolana


Especialistas apontam falta de orientação política e exigem mudanças

O ano económico de 2019 antevê-se como sendo duro de muitas incertezas para os angolanos, com o poder de compra real a não conhecer melhorias, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatísticas.

O desemprego continua a aumentando e, para muitos economistas, os 500
mil empregos prometidos durante a campanha pelo actual Presidente da República estão mais distantes.

"O ano de 2018 é para esquecer", dizem.

Ecomistas angolanos pessimistas para o ano 2019 - 2:35
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O empresário e presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, diz que a grande tragédia da economia angolana é a sua excessiva dependência da importação.

"Se apostarmos mais na importação é evidente que haver o colapso de muitas empresas, não há consumo do produto nacional, as empresas vendem menos e naturalmente não há emprego, mas simdespedimentos”, explica Severino, quem defende uma “uma mudança radical do modus operandi do nosso comércio, caso contrário não haverá capacidade de criar empresas".

Em relação ao poder real de compra dos cidadãos, Severino entende que se não se fizer essas reformas no comércio o kwanza vai valer cada vez menos.

"Se tivermos um novo desequilibro entre a oferta cambial e a procura por causa do aumento salarial e se não for agregado esse valor para orientar o comércio a procurar produtos nacionais é evidente que a moeda vai continuar a desvalorizar e vamos ter taxa de inflação insuportável”, acrescenta Severino que pergunta “onde é que vamos parar?"

Incerteza, é o que se espera para 2019 na opinião do economista Faustino Mumbica.

"Basta ver o número de pessoas entre vizinhos e amigos que tinham emprego e que deixaram de o ter, outros que tinham uma determinada actividade e que deixaram de a fazer, todo esse quadro indica que 2019 ainda será de muitas incertezas", sustenta.

Quanto ao emprego, Mumbica acredita que a meta preconizada de 500 mil empregos durante a campanha eleitoral, pela forma como começou, dificilmente será atingida.

"Mesmo que não sejam 100 mil empregos por ano, precisamos saber quantos postos de emprego se pensa criar em 2019 ou quantos foram criados no ano passado porque não existe esta estimativa, nem previsão, o que significa que ainda continuamos com uma gestão sem bússola, as pessoas navegam ao acaso", conclui aquele economista.

Por seu lado, o especialista em políticas públicas David Kissadila chama a atenção para dias difíceis em 2019.

“A perspectiva agora é procurar rever o OGE, reduzindo despesas que poderiam dar alguma estabilidade à vida do cidadão, fazer cortes para se poder ajustar o pouco que temos ou teremos, algumas rubricas devem cair, não se pode pensar em melhorias”, afirmaKissadila , para qum “este ano é para esquecer".

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