Activistas angolanos consideram que o Governo tem um historial de considerar os defensores dos direitos humanos adversários em vez de parceiros.
A reacção surge à campanha “Bravo” lançada nesta terça-feira, 16, pela Amnistia Internacional (AI) para pedir aos governos de todo o mundo que travem os ataques contra activistas dos direitos humanos, que nos últimos tempos atingiram níveis críticos.
Rafael de Morais, da organização não governamental SOS-Habitat, considera que, em Angola, o Governo olha para os activistas dos direitos humanos como adversários e não como parceiros.
“O Governo vê os activistas dos direitos humanos como seus adversários e infelizmente são mal-vistos”, sublinha.
Detido em 2015, condenado e amnistiado em 2016, o activista Nuno Álvaro Dala é de opinião que, à luz do da prática, o Governo angolano usa a ameaça e as perseguições para se manter no poder.
Por isso, diz Dala, dificilmente “o Governo vai cumprir”.
No lançamento da campanha Bravo, a AI destacou que jornalistas e advogados são frequentemente intimidados, principalmente, na África do Sul, Botswana, Lesoto, Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.
A organização revelou que no ano passado, 281 pessoas foram mortas no mundo por defenderem os direitos humanos, uma subida notável em relação ao ano anterior, em que o número foi de 156.
Estas mortes aconteceram em pelo menos 22 países, enquanto em 68 países muitos jornalistas foram detidos e em 94 foram ameaçados ou atacados.