Pela segunda vez no espaço de uma semana o governo angolano voltou a rejeitar a possibilidade de uma investigação independente aos acontecimentos no monte Sumi, no Huambo, em que um número indeterminado de pessoas morreram.
Personalidades angolanas e partidos políticos da oposição pediram uma investigação independente aos confrontos entre a polícia e fieis da seita A Luz do Mundo e subsequentemente um pedido idêntico foi feito pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
O ministro da justiça angolano Rui Mangueira disse em Luanda que Angola não irá permitir que as suas “instituições de soberania sejam agredidas por instituições de fora”, acrescentando que a polícia tem trabalhado no caso “com toda a lisura e transparência”.
Rui Mangueira acusou aqueles angolanos que afirmaram terem morrido centenas de pessoas nos confrontos de “levantarem números de uma forma irresponsável”.
"O Estado angolano já pediu ao Alto Comissário das Nações Unidas para justificar esta sua pretensão de ter uma comissão independente para investigar o caso, porque as Nações Unidas têm critérios, não podem ser utilizadas ao belo prazer das pessoas", disse o ministro.
Anteriormente o governo angolano tinha acusado aquele organismo da ONU de fazer declarações sem ter qualquer prova de que teria havido um massacre, acusando também aquele organismo de emitir comunicados com base em falsas declarações prestadas por “elementos tendenciosos e absolutamente irresponsáveis, com a intenção de difamar não só as instituições angolanas, mas também todos os seus cidadãos".