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Angola: Profissionais dizem que imprensa pública está pior do que nunca


Jornalistas angolanos, Luanda, Angola
Jornalistas angolanos, Luanda, Angola

Jornalistas admitem que justiça das eleições de 24 de Agosto pode estar em risco

A justiça dos resultados das eleições de 24 de Agosto em Angola pode estar em causa devido ao desequilíbrio na cobertura que está a ser feita pelos órgãos de comunicação social, sobretudo a pública.

A conclusão é de profissionais da classe que debateram o tema em Luanda.

A Comissão da Carteira e Ética, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos e o MISA-Angola apelam os profissionais dos órgãos públicos de comunicação a mudarem de postura, sobretudo nesta fase, e a tratarem todos os candidatos no pleito eleitoral de igual modo, para não manchar a lisura e a credibilidade dos resultados das eleições.

A presidente da Comissão da Carteira e Ética, Luisa Rogério, avisa que alguns jornalistas poderão perder a sua carteira profissional caso insistam em usar o jornalismo para se posicionarem a favor de partidos políticos.

“Qualquer pessoa um pouco atenta e que acompanha a nossa midia vê logo que há desequilíbrios gravíssimos, há situações que podem perigar a avaliação do processo eleitoral", acrescenta Luisa Rogério.

Alguns jornalistas têm estado a justificar tal postura com ordens superiores ou o do chamado "pão dos filhos", mas Rogério lembra que “nós jornalistas temos a lei e a consciência do nosso lado, nós podemos accionar mecanismos de denúncia quando em presença de censura porque o crime e a auto-censura deve ser desencorajada".


Por seu lado, o presidente do MISA-Angola, André Mussamo, diz que “nos órgãos públicos está a acontecer uma coisa escandalosa, nem em 1992, na nossa estreia, para a democracia, nas primeiras eleições”, tal foi visto.

“A 49 dias das eleições, não me parece que será desta vez que vamos ter eleições justas e aceitáveis, precisamos mesmo continuar a pôr o dedo na ferida a ver se um dia destes alguém seja iluminado, nem que seja por força de Deus a compreender que não podemos continuar numa democracia adiada, numa democracia inquinada, a pender para um só lado", sublinha Mussamo.

Luisa Rogeiro reforça que "era suposto as coisas melhorarem mas só piora, por incrível que pareça depois da paz à medida que o partido no poder consolidou a sua hegemonia também apertou mais o cerco, às liberdades cada vez mais restritas".

A imprensa pública tem sido fortemente criticada pelos partidos da oposição, principalmente pelo presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior.

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