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Angola Fala Só - Avelino Capaco: O povo vai querer "coisas concretas" de JLO


Avelino Capaco, professor universitário
Avelino Capaco, professor universitário

Professor e escritor diz haver esperança de que se vive uma nova era em Angola

5 Out 2018 AFS - Avelino Capaco: O povo vai querer "coisas concretas" de JLO
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Angola vive uma “nova era” e as medidas de combate à corrupção podem não ser apenas teatro, mas o povo vai querer resultados concretos no futuro, disse o professor universitário e escritor Avelino Capaco no programa Angola Fala Só.

Autor do livro “Acumulação primitiva de capitais em Angola (1992-2017) – O propósito político e suas justificativas”, Capaco abordou com ouvintes e internautas os últimos desenvolvimentos no país, em particular o combate à corrupção e o repatriamento de capitais por parte de angolanos que transferiram dinheiro para o exterior.

“O maior problema de Angola não é a corrupção, que acontece em todo o mundo, mas a impunidade”, defendeu Avelino Capaco, para quem os processos em curso e a detenção de figuras importantes, como o filho do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, o antigo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, “são sinais de esperança de que alguma coisa está a mudar”.

Aquele professor explicou que o papel de um líder político é indicar o caminho e ser consequente com a sua decisão e “é isso que João Lourenço fez e está a fazer”, o que, para Capaco, é revelador de um novo tempo que, no entanto, o tempo irá dizer se terá continuidade.

MPLA sacrifica figuras

Na óptica de Avelino Capaco, este novo tempo também resulta de uma decisão do MPLA como partido de poder.

“O MPLA reconheceu que sem mudanças poderia colocar em causa a sua permanência no poder e decidiu sacrificar algumas figuras”, explicou aquele professor.

Essas mudanças, continuou, “moralizam a sociedade e o funcionalismo público”, cujos servidores sabem que poderão vir a ser apanhados caso incorram nas mesmas práticas.

Em resposta a ouvintes e internautas, Avelino Capaco disse que caso se prove que os acusados desviaram dinheiro público e forem condenados, terão de devolver esse dinheiro que, como afirmou um ouvinte de Benguela, “deve ser aplicado em hospitais, escolas, pagamento de pensões aos antigos combatentes, etc.”.

“Será Angola um Estado Democrático e de Direito’”, perguntou um internauta, o que levou Avelino Capaco a analisar o tema em duas perspectivas.

“No ordenamento jurídico, Angola é um Estado Democrático e de Direito, mas na prática estamos muito longe” desse desiderato, sustentou aquele professor que, no entanto, acrescentou que “a construção, em curso, de um Estado Democrático e de Direito é um processo longo”.

Coisas concretas no futuro

Os processos em curso vão pesar no futuro de João Lourenço e na sua imagem, disseram alguns internautas, mas Capaco lembrou que o Presidente da República terá de zelar pela Constituição e pela legalidade.

“É normal que o povo queira ver esses pessoas presas e condenadas, mas o processo tem de seguir o seu processo”, avisou o convidado do programa, alertando para tempos vindouros.

“Agora, o povo celebra as mudanças de João Lourenço, mas dentro de algum tempo o povo vai querer ver coisas concretas e vai pedir por saúde, educação, empregos”, concluiu Avelino Capaco que abordou outros temas na conversa com ouvintes e internautas.

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