A directora dos Serviço em Português da VOA, disse esta Terça-feira, 2, na cidade do Uíge, que Angola é um país cuja história permitiu a convivência entre os povos de diferentes origens, e por esse motivo não apresenta problemas raciais.
Ana Guedes falava sobre os “Choques Raciais na Sociedade: o caso dos Estados Unidos de América”, palestra que decorreu na Escola Superior Politécnica da Universidade Kimpa Vita (UNIKIVI), e referiu que, apesar dessa convivência, o país deve continuar a trabalhar na educação e promoção de políticas de inclusão social.
A palestra, promovida pela Embaixada dos EUA em Angola, foi assistida por muitos estudantes e professores da Escola Superior Politécnica da Universidade Kimpa Vita.
Segundo o Jornal de Angola, Guedes sublinhou as causas das manifestações e das consequências políticas, culturais e económicas da marginalização racial nos Estados Unidos e apontou os caminhos que os países emergentes devem seguir para evitarem o racismo.
A directora da VOA referiu que a marginalização social nos Estados Unidos está intimamente ligada à história económica do país, na qual alguns grupos se desenvolveram à custa de outros no decorrer dos séculos XVIII e XIX.
“Hoje, porém, apesar da legislação americana garantir protecção a todos os cidadãos, independentemente da sua raça, origem ou credo religioso, continuam a existir muitas fricções entres brancos, negros, asiáticos e hispânicos”, disse.
A jornalista afirmou que as motivações racistas são muitas vezes motivadas pela situação económica das famílias e comunidades, provocando sentimentos de repulsa por este ou aquele grupo social, vendo neles a culpa pela estagnação de uns e progresso de outros.
Aliás, prosseguiu Ana Guedes, é preciso frisar que muitos círculos económicos e sociais americanos nutrem ideias preconceituosas que minam as relações interpessoais, quer sejam entre brancos, negros, hispânicos ou ameríndios.
Na palestra, a directora do Serviço em Português da VOA apelou aos Governos dos países emergentes a melhorarem as suas políticas de inclusão social para evitarem problemas no futuro, mantendo a estabilidade política e económica.
“A formação académica e profissional é uma das vias para a promoção social", explicou Ana Guedes, que concluiu: "Independentemente das origens políticas, religiosas ou culturais, a criação de oportunidades de empregos não podem favorecer a uns e desfavorecer outros.”