O Presidente angolano afirmou durante a visita que realizou recentemente à França que Angola deve aliar-se a países mais fortes para fazer crescer a sua economia.
A afirmação de João Lourenço é interpretada de forma diferente por especialistas.
O economista Faustino Mumbica, por exemplo, diz que depende muito da perspectiva que o Presidente pretende dar com tal afirmação.
“Se Angola pretender manter-se próximo dos fortes e procurar acatar as boas práticas desses países tudo bem, mas se for apenas para agigantar a imagem do Executivo e nisto vender a perspectiva de que o Governo é forte penso que isto não vai beneficiar nem a economia angolana nem os cidadãos”, acrescenta Mumbica.
O também economista Galvao Branco considera que o Presidente está certo porque há paises que podem oferecer mais que outros a Angola, como por exemplo França e Bélgica que, para ele, foram boas escolhas.
"Angola precisa mobilizar recursos para o investimento directo e efectivamente só esses países mais fortes são capazes de oferecer o que Angola procura", defende Branco.
Por seu turno, Manuel Fernandes, economista e deputado, acredita que pelo volume financeiro já conseguido outros países menos fortes não teriam como mobilizar tantos recursos, como, por exemplo, Portugal.
"É uma visita que mobilizou recursos importantes para o país, cerca de mil milhão de euros, acredito que se Portugal, por exemplo, não seria capaz de mobilizar tantos recursos”, exemplifica Fernandes, para quem “de facto os países mais fortes podem ajudar Angola a credibilizar-se internacionalmente em termos de gestão financeira que ficou maculada na administração anterior".
O presidente da Associação Industrial de Angola, entretanto, não concorda com esta perspectiva.
"Na questão do paludismo, por exemplo, Portugal pode ser um bom aliado, há varias valências, o que é preciso é ir busca-las lá onde estão, sejam nos países mais fortes ou mais pequenos”, acrescenta José Severino, lembrando que, “em termos de alta tecnologia, por exemplo, a Suíça provavelmente tem mais que a França”.
Aquele empresário é de opinião que a afirmação de Joao Lourenço não exclui ninguém mas foi um ponto de vista circunstancial.