Angola continua a ser considerado um Estado não livre pela Freedom House, organização que monitora a liberdade no mundo.
No Relatório sobre a Liberdade no Mundo em 2017 divulgado nesta terça-feira, 31, a Freedom House atribui a Angola a classificação de seis, numa escala de um a sete, em que sete é para os países menos livres.
A mesma classificação é atribuída às categorias de direitos políticos e liberdades civis, enquanto em relação à liberdade de imprensa também recebe a nota de não livre e de parcialmente livre na liberdade da internet.
"A censura e a autocensura são comuns", diz o relatório que cita ainda ameaça aos profissioanis da comuncação e negação de acosso às fontes.
"O presidente José Eduardo dos Santos e o seu partido, Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) mantêm um apertado controlo sobre o poder político e restringiu de forma significativa as liberdades civis durante 2015", reitera o relatório mundial da Freedom House.
Em nota divulgada na véspera da divulgação do relatório, em jeito de uma apreciação à situação do país, a Freedom House manifestou a sua preocupação frente ao aumento da repressão da dissidência em Angola durante 2016, com destaque para o silenciamento da oposição, com o Parlamento a aprovar leis de imprensa mais restritivas.
Em termos cumulativos, Angola teve 24 pontos numa escala de 0 a 100 (este é o valor mais alto).
A organização diz que, por essa via, o Governo suspendeu meios de comunicação contrários às suas orientações.
O caso dos 17 activistas também foi destacado bem como a nomeação da filha do Presidente da República, Isabel dos Santos, para a presidência do Conselho de Admnistração da Sonangol.
“Há sinais de que ele está a trabalhar para estabelecer um plano de sucessão", afirma a Freedom House que lembra que Isabel dos Santos dirige agora a maior companhia do país, a Sonangol.
No capítulo referente a Portugal, a organização de defesa da liberdade manifesta a sua preocupação com a influência de Angola na imprensa daquele país.
“Observadores expressaram preocupação sobre a influência de Angola nos meios de comunicação social portugueses, realçando que a situação agravou-se nos últimos anos, altura em que os proprietários de empresas jornalísticas investiram na economia angolana”, refere o relatório que lembra ainda que “efeitos que atingem os jornalistas que criticam Angola o que provoca casos de autocensura”.