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Angola é “parceiro fiável” dos EUA, diz Antony Blinken na capital angolana


Antony Blinken e Tete António
Antony Blinken e Tete António

Secretário de Estado avistou-se com João Lourenço e diz que relações são hoje “as mais fortes” dos últimos 30 anos. Tete António rejeita ideia de afastamento da Rússia ou China nas relações bilaterais

Os Estados Unidos e Angola assinaram hoje um conjunto de 15 instrumentos de cooperação no final da visita do secretário de Estado americano Antony Blinken à capital angolana.

Parcerias sustentáveis sectores, como agricultura, do comércio, das telecomunicações, das energias renováveis, da refinação de petróleo, da exploração do espaço e da defesa e segurança fazem parte do cardápio das cooperações, disse o ministro das Relações Exteriores angolano Tete António.

Na ocasião, secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, classificou Angola "um parceiro confiável", com quem foram também discutidas soluções para a paz no continente e investimentos em áreas como a saúde e as energias renováveis.

Após ser recebido em audiência privada, pelo Chefe de Estado, João Lourenço, na manhã desta quinta-feira, no Palácio Presidencial, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, também visitou o Centro de Ciência de Luanda e manteve um encontro nas instalações da operadora de telefonia móvel Africell.

Falando numa conferência de imprensa conjunta com Blinken, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Tete António, disse ser errado pensar-se que a visita de Blinken significa um afastamento da Rússia que durante décadas foi o principal apoiantes do MPLA , o partido no poder ou mesmo da China.

Tete António diz que é errado pensar-se em saída da Rússia/entrada dos EUA – 1:34
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“Angola é um país aberto ao mundo”, disse António que lembrou palavras recente do próprio Blinken que disse que “as necessidades são tantas, que todo mundo tem o seu lugar para cooperar”.

“É errado cair na tentação de ‘sai para eu entrar’, penso que é errado porque politicamente pode ser mal interpretado”, disse o ministro angolano afirmando depois que “15 instrumentos jurídicos foram ratificados, com olhos virados na expansão do Corredor do Lobito e a cooperação aero-espacial entre os dois países e reforço dos diálogos sectoriais”.

O chefe da diplomacia norte-americana disse por seu turno que a relação entre Angola e os Estados Unidos é hoje "mais forte e consequente" do que em qualquer outra altura dos últimos 30 anos de relações diplomáticas.

Blinken disse ter tido uma conversa produtiva com o presidente angolano e entre os temas abordados estiveram questões que interessam aos dois países, entre as quais prosperidade, alterações climáticas e segurança alimentar, bem como o projeto do corredor do Lobito que conta com financiamento norte-americano, considerando que o projeto tem “um potencial transformativo na região”.

A carta da oposição

Antony Blinken disse ainda na sua conferencia de imprensa que entre s tópicos discutidos com o presidente João Lourenço foram as reformas que o seus governo está a efectuar referindo que, além das iniciativas para combater a corrupção, foi discutido o tema das eleições locais e alargamento do espaço dado aos 'media', questões levantadas numa carta que lhe foi endereçada pelos líderes da oposição.

Com efeito ontem figuras da oposição, incluindo o líder da UNITA Adalberto Costa Junior, e ativistas assinaram uma carta endereçada ao secretário de estado americano pedindo que este exercesse pressão sobre o presidente João Lourenço para a realização das eleições autárquicas antes de 2027. A carta foi asperamente criticada por vários analistas que a consideraram ser um convite à ingerência nos assuntos internos de Angola.

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