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Oposição angolana envia carta a Tony Blinken pedindo pressão para as autárquicas


Antony Blinken
Antony Blinken

Secretário de Estado está hoje em Luanda Juristas dizem que UNITA cometeu erro por advogar ingerência nos assuntos internos de Angola

O maior partido da oposição angolana a UNITA quer que o secretário de Estado americano Antony Blinken pressione o governo angolano a realizar eleições autárquicas antes de 2027 quando se encontrar hoje com o presidente angolano João Lourenço.

Mas juristas avisam que esse pedido não deverá encontrar eco junto do chefe da diplomacia americana pelo fato de isso ser um assunto interno de Angola, sendo a carta, na opinião de um deles, um enorme erro político

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Blinken está hoje em Luanda numa viagem que demonstra as crescentes relações entre Luanda e Washington que o ano passado levaram a um encontro entre os presidentes dos dois países mas que tem provocado inquietação junto da UNITA em tempos o aliado de Washington em Angola.

Em Julho do ano passado o líder da UNITA Adalberto Costa Júnior deslocou-se à capital americana para discutir a falta de contactos entre delegações americanas e a oposição, afirmando na altura quer queria “melhorar a abordagem do relacionamento” entre os EUA e Angola.

A carta da UNITA assinada pelo seu presidente Adalberto Costa Júnior foi também assinada por outros políticos e ativistas entre eles Abel Chivukuvuku (líder do projeto político PRA JÁ Servir Angola), Filomeno Vieira Lopes (Bloco Democrático), a ativista cívica Laura Macedo e os deputados da UNITA Francisco Viana e Olívio Nkilumbu.

Na carta os signatários afirmam que Angola é o único grande país da região que ainda não realizou eleições locais e afirmam que o país precisa fortalecer as suas instituições democráticas e garantir um acesso igualitário aos meios de comunicação públicos.

O porta voz d MPLA Rui Falcão disse que a carta não faz qualquer sentido.

“Creio que a UNITA, não ouviu a última reacção pública do Ministro da Administração do Território. Se tivesse ouvido, talvez fizesse outro pedido”, disse.

O activista e professor Universitário, Kambolo Tiaka Tiaka, saudou o gesto o gesto político da UNITA e de alguns ativistas mas alerta para o princípio da não ingerência dos estados.

“A soberania dos estados, os americanos não podem, politicamente falando intrometer-se nas questões internas”, disse acrescentando que no entanto que com estação a UNITA e a Frente Patriótica Unida - FPU “estão a aproveitar” pra fazer ouvir a sua voz e “é preciso também dizer que em política é preciso que se aproveite os momentos, e a UNITA está a usar do momento entre o governo americano e angolano” disse.

A mesma opinião tem o jurista Joaquim Jaime que defende igualmente a autonomia do estado angolano para a realização ou não das autarquias em Angola.

“Na minha perspectiva pessoal a UNITA esteve mal ao solicitar esse pedido .... porque transmite a ideia que coloca o EUA, numa posição de superioridade de ascendência em relação a Angola e por conta disso dá-lhes permissão para que eles se intrometem, violem a nossa soberania e a nossa auto determinação que se ingira melhor nos nossos assuntos internos”.

“A UNITA esteve muito mal nesta perspectiva e pecou redondamente”, disse.

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