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Andre Hanekom não tem ligação com atacantes de Cabo Delgado, diz a esposa


Cabo Delgado province, Mozambique
Cabo Delgado province, Mozambique

Contrário ao que as autoridades dizem, Francis diz que não existe nenhuma acusação formal, nem contacto com a família.

As autoridades moçambicanas dizem ter evidência do envolvimento do sul-africano André Hanekom nas acções terroristas em Cabo Delgado, mas a sua esposa repete que ele é inocente.

Hanekom é tido pela polícia moçambicana como um dos líderes do grupo que tem atacado distritos de Cabo Delgado, tendo funções logísticas.

Andre Hanekom não tem ligação com atacantes de Cabo Delgado, diz a esposa
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Entrevistada pela VOA, Francis Hanekom diz que a detenção do seu marido resulta de uma fabricação com o intuito de arrancar o seu negócio de logistica maritima, em Palma.

Ela diz que a empresa do marido presta serviços às companhias ligadas ao gás naquele distrito de Cabo Delgado.

Segundo ela, há uma disputa entre os sócios do negócio e cobiça de algumas personalidades que querem usurpar o empreendimento.

"É tudo em volta do empreendimento, porque o André nunca fez nada de mal, e irei manter esse posição, porque essa é verdade," diz.

André Hanekom foi detido em finais de 2018, "numa base militar em Mueda, e não podem ser detidos civis numa base militar, é inconstitucional."

Antes, continua ela, " o André estava numa cadeia normal, paguei a caução, enquanto aguardava a sua libertação, foi capturado pela polícia e colocado numa base militar, onde está detido ilegalmente".

Sem acusação, nem contacto

Contrário ao que as autoridades divulgaram, Francis diz que não existe nenhuma acusação formal, nem interacção com a família. "Não tenho nenhum contacto com ele, e ele não tem a permissão de ter telefone. Não foi ainda emitida a acusação formal. Logo que receber isso, irei mandar para o meu advogado para preparar a defesa".

Francis diz que a última vez que falou com o marido foi a 6 de Novembro, quando a polícia foi à sua casa fazer uma vasculha.

Nesse diz, ela recorda que "encontraram flexas que comprei para decoração e catanas que usamos no empreendimento...qualquer casa aqui em Moçambique tem catanas. Tiraram medicamentos expirados, vitaminas".

A família Hanekom vive em Moçambique há mais de 20 anos.

E Francis diz que "creio que havemos de continuar aqui, não temos por que fugir, não fizemos nada mal. Temos boas relações com as pessoas e com o governo, por que haveriamos de ir embora?"

A chefe da diplomacia sul-africana, Lindiwe Susulu, pediu recentemente uma investigação sobre a acusação de que André Hanekom está ligado ao grupo que ataca aldeias pobres de Cabo Delgado desde 2017.

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