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Analistas questionam postura de ameaça e diálogo de Dhlakama


Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi
Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi

Em Moçambique questiona-se até que ponto não será contraproducente o facto de o líder da Renamo Afonso Dhlakama fazer ameaças numa altura em que está a negociar com o Governo, havendo quem afirme ser fundamental retirar o elemento armas como instrumento político, de modo a que o diálogo seja mais profícuo.

A Renamo submeteu ao parlamento a sua proposta sobre as províncias autárquicas e tem mantido encontros semanais com o Governo moçambicano, no contexto do diálogo político. Tal proposta deverá ser apreciada, dentro de dias, pela Assembleia da República.

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No entanto, Afonso Dhlakama tem estado a visitar as províncias onde obteve maior número de votos nas eleiçoes do ano passado, fazendo ameças e discursos incendiários.

Num discurso proferido em Chimoio, capital da província central de Manica, o líder da Renamo disse que se o Governo da Frelimo brincar, iria dar porrada até em Maputo.

Para o especialista em Relaçoes Internacionais e Segurança do Instituto das Relaçoes Internacionais, Calton Cadeado, é necessário envolver a sociedade no diálogo político.

A questao é que a sociedade moçambicana está a assumir que o diálogo é só político, e, consciente ou inconscientemente, está-se a entregar o protagonismo da estabilidade, da segurança e do desenvolvimento deste país aos políticos, e nao deve ser assim.

"É preciso que haja um envolvimento massivo de todas as forças vivas da sociedade. Este envolvimento não tem que ser reactivo em função das dinâmicas políticas, a sociedade também pode impor um determinado ritmo para que os políticos sigam os interesses da sociedade", realçou o académico.

Referiu que o que acontece agora é que a sociedade anda atrás dos políticos e quando é assim os políticos monopolizam a situaçao.

Cadeado afirmou ainda haver um dado que é fundamental porque é que o diálogo entre o Governo e a Renamo está a marcar passo, sublinhando que "é porque há quem está a lutar pela sobrevivência, que é a Renamo, e esta luta pela sobrevivência obriga-lhe a fazer além do que é normal e aceitável. E mais, há um elemento armas que ainda não foi retirado como instrumento político".

Entretanto, o reverendo Marcos Macamo diz que não se deve responder à violência com violência, destacando que os moçambicanos têm toda a capacidade de fazer face a esta tensão, mas sem recorrer à violencia nem palavras violentas.

Macamo disse ainda que "nós temos que nos cultivar no sentido de resgatar a nossa consciencia colectiva".

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