A eurodeputada portuguesa pelo Partido Socialista português, Ana Gomes, afirmou que o Governo angolano pode recorrer a mecanismos internacionais para recuperar dinheiro retirado do país de forma ilícita por pessoas ligadas ao regime.
Ao participar numa conferência organizada pela Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), no fim-de-semana em Luanda, Gomes apontou o exemplo de países que têm recuperado o dinheiro através de mecanismo internacionais.
A eurodeputada disse que por via de um mecanismo internacional, com respaldo das Nações Unidas, o Governo angolano poderá pôr mão no capital que foi retirado do pais de forma ilícita, basta para tal o Executivo pedir.
"Chama-se UNICRI, tem gente lá que conseguiu ajudar os governos do Egipto e da Tunísia a recuperar milhões”, afirmou Gomes, adiantando que "este instituto das Nações Unidas fundado em Turin está la e pode ajudar as autoridades angolanas”.
Gomes adiantou que o Governo angolano pode pedir apoio na recuperação “dos activos do OMEGA Diamond ou de outros activos que estejam na Inglaterra, Espanha, Portugal..."
A eurodeputada socialista aponta um caso em concreto na Bélgica, onde, segundo ela, Angola tem capital retirado fraudulentamente do país.
"É um caso em que o fisco belga procura obter de um consórcio negociante de diamantes belgas o pagamento de impostos, qualquer coisa como sete mil milhões de euros, e segundo uma fonte fundamental do lançador de alertas, ligado ao processo, 90 por cento desse dinheiro é angolano e foi roubado pela enegenheira Isabel dos Santos no esquema engendrado com a ASCORP e a SODIAM, e uns parceiros para pôr o diamante no Dubay primeiro, secundado com o processo Kimberly certificação de diamantes, para depois vender ao preço normal do mercado na Bélgica”, afirmou Gomes que indaga por que razões o Governo angolano não reivindicou ainda esse dinheiro.
A também militante do PS de Portugal entende que no país dela também tem activos que podem ser recuperados pelas autoridades angolanas.
Para Gomes, “o Presidente Joao Lourenço vai a Lisboa em breve e é uma boa oportunidade para pedir ao Governo português o apoio necessário para que estes activos que lá estão, que são angolanos regressem ao país”.