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AFS - Antena Aberta: "Ninguém nos escuta em Angola"


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2 Ago 2013 AFS - Antena Aberta: "Ninguém nos escuta em Angola"
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“Ninguém nos escuta em Angola,” foi o grito de desespero de um ouvinte que falava no programa Angola Fala Só.

O programa de 2 de Agosto foi efectuado no sistema de “microfone” aberto em que os ouvintes foram convidados a falar dos problemas e sucessos nos seus locais de residência.

Os ouvintes responderam de muitas das províncias angolanas e os problemas abordados versaram questões relacionadas com os serviços de saúde, educação e infra estruturas em geral.

Airosvaldo Veloso da capital, Luanda, foi desmobilizado em 1991 e queixa-se que desde então nunca recebeu qualquer pensão como prometido.

“Estamos numa situação de nem água vem nem água vai,” acrescentou.

“Ninguém nos escuta em Angola. Estamos fartos,” disse Veloso que descreveu Luanda como uma cidade em 10% são ricos e “90% vive na miséria”.

Para este ouvinte há a necessidade do mundo ouvir a verdadeira Angola.

“A verdadeira Angola é aquela que vive nos muceques,” disse.

“O povo não tem nada,” acrescentou.

Dois professores de duas diferentes províncias falaram de um problema que tem levado a greves entre os docentes, nomeadamente o pagamento prometido de retroactivos e de promoções há muito devidas.

O ouvinte Sebastião Sumbula da Lunda Sul disse que o pagamento dos retroactivos tinha sido prometido pelo Presidente José Eduardo dos Santos mas que na sua província isso não esta a ser cumprido.

Sumbula disse suspeitar que esses retroactivos foram desviados ilegalmente e apelou para que as autoridades ao mais alto nível intervenham.

“Isto deve ser trazido á atenção do presidente que eu tenho a impressãpo não sabe disso,” disse.

Orlando Domingos que vive no Soyo na província do Zaire e disse que os professores que se queixam da situação são intimidados através de ameaças de despedimento ou então são transferidos para o interior.

Domingos disse que esta situação se estende a outras áreas da economia onde trabalhadores são também despedidos sem qualquer recurso.

“Os tribunais não funcionam,” disse este professor que se referiu também à situação das infra estruturas na sua província .

“Não há água não há luz não há saneamento básico,” disse afirmando que a província do Zaire é totalmente esquecida e não beneficia da enorme riqueza de petróleo no seu território.

Morais Libeca telefonou de Cabinda outra província rica em petróleo queixando-se de racismo dos “brancos”.

Os proprietários da terra continuam a ser vitimados por “brancos” que ele identificou como sendo americanos, portugueses, sul africanos e tambem de indianos.
Libeca disse que a situação de segurança em cabinda é boa podendo-se viajar através de todo o território.

“Mas mesmo que morra um só militar por ano então isso quer dizer que há guerra,” disse

Outro ouvinte que se queixou da sua província não beneficiar das suas riquezas foi Basílio Vitorino da Lunda Norte que disse que o desemprego ronda os 95% apesar da enorme riqueza de diamantes.

Ismael Martins, um taxista, no Kwanza Sul disse que na sua província tem havido algum desenvolvimento mas a população em geral “não tem sentido muitos benefícios disso”.

Os taxistas são constantemente assediados pela polícia para pagarem “gasosa”.
“Entre Luanda e o Huambo há 15 ou mesmo 20 controlos e em todos tem que se pagar ´gasosa´,” disse, Martins para quem o principal problema na sua província é a saúde a educação.

Hospitais não fornecem medicamentos e as escolas não são suficientes para o elevado numero de alunos, adisse.

Jacinto Ndala do Kuando Kubango e que se identificou como sendo membro do partido CASA CE também abordou a questão dos hospitais afirmando que “há falta de vontade política em resolver os problemas dos hospitais onde não há medicamentos.

Os hospitais, disse, são centros de receitas ou consultas e não cumprem o seu objectivo de serem “centros de saúde”.

Ndala concordou que tem havido a reconstrução de algumas infra-estruturas mas como alguns outros ouvintes queixou-se da falta de qualidade de muitas delas.

“Algumas infra-estruturas construídas nem há um ano estão já em mau estado com rachas e outros defeitos,” disse e estradas também reconstruídas “estão em péssimas condições”.

Empresas e empreiteiros deveriam ter um controlo mais apertado, disse

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