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África subsaariana contínua com elevada mortalidade materna


Foto de arquivo
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A mortalidade materna reduziu, no mundo, em 44 por cento, desde 1990, mas na África Subsaariana milhares de mulheres continuam a morrer de causas que podem ser evitadas, indica um relatório do Banco Mundial e Nações Unidas.

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Lale Say, coordenadora da unidade de Saúde Reprodutiva e Pesquisa, na Organização Mundial da Saúde, diz que, de momento, em cada 100 mil nascimentos vivos no mundo, 216 mulheres perdem a vida.

Tal significa que ao longo do ano, 830 mulheres morrem diariamente por complicações relacionadas com a gravidez.

Em 1990, em cada 100 mil nascimentos vivos, ocorriam 385 mortes.

Este rácio é definido com base nas mortes de mulheres durante a gravidez, parto e nas seis semanas após o parto.

O objectivo do milénio de reduzir a mortalidade materna em 75 por cento foi atingido por nove países: Butão, Camboja, Irão, Laos, Maldivas, Mongólia, Timor Leste, Cabo Verde e Ruanda, os dois únicos da África subsaariana.

Cabo Verde, com melhor situação entre os países africanos de língua portuguesa regista 42 mortes em cada 100 mil nascimentos; São Tomé, 156, Angola, 477; Moçambique, 489; e Guiné-Bissau, 549.

O novo relatório indica que cerca de 99 por cento de todas as mortes maternas ocorrem nos países em desenvolvimento, a maioria na África subsaariana – duas em cada três.

O número continua alto, mas representa uma redução em 45 por cento, de 987 para 546 em cada 100 mil mortes, entre 1990 e 2015.

Em todo o mundo, a região que registou grande melhoria é Ásia oriental, em 72 por cento.

As principais causas da mortalidade maternal, explica Say,”são hemorragias, infecções, complicações relacionadas com abortos inseguros e hipertensão relacionada com a gravidez. E todas essas mortes podem ser evitadas.”

O risco de uma mulher nos países em desenvolvimento morrer durante a gravidez é 23 vezes mais do que a de um país desenvolvido. Os indicadores de mortalidade materna mostram as lacunas entre os ricos e pobres, urbanos e rurais e entre os países.

As Nações Unidas dizem que a situação poderá ser alterada se for melhorado o acesso a cuidados de saúde de qualidade, com profissionais bem treinados e disponíveis. A par disso, acrescenta, as mulheres e raparigas deverão ter acesso à contracepção, aborto seguro e medicamentos essenciais.

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