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África precisa de melhorar a produção do livro escolar, recomenda relatório da Unesco


Aluna etíope
Aluna etíope

Receita para mudar o cenário: Mais financiamento, contenção de custos e maior previsão de necessidades.

Milhares de crianças africanas não têm livros escolares. Outras tantas são forçadas a partilhar.

Especialistas em educação dizem que é importante ter professores qualificados e livros para alcançar as metas de desenvolvimento sustentável apoiadas pelas Nações Unidas, que defendem educação de qualidade para todos.

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A Organização das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura (Unesco) aborda o assunto e propõe soluções no Relatório sobre a Monitoria Global das Politicas de Educação.

Nos Camarões, por exemplo, um estudo concluiu que um livro de leitura é partilhado por 12 estudantes e um de matemática por 14. Nalgumas zonas do Uganda, trinta alunos chegam a disputar um livro de leitura.

Asma Zubairi, da equipa de pesquisa que elaborou o relatório, diz que a escassez de livros tem a ver com o nível de instrução e localização da escola.

Zubairi afirma que maior prioridade deverá ser dada à disponibilização de livros para as classes iniciais, pois essa é a fase de maior impacto no ensino, na qual muitas crianças não têm livros.

De igual modo, diz, as escolas nas zonas mais remotas, muitas vezes, enfrentam mais escassez de livros.

O Banco Mundial recomenda que os países dediquem entre três a cinco por cento dos seus orçamentos da educação na produção do livro escolar.

Mas o relatório concluiu que, na realidade, uma ínfima quantia é alocada.

Em países como o Burundi e República Centro Africana, as Nações Unidas indicam que apenas um por cento do orçamento da área de educação é destinada ao livro escolar.

Mas há outros problemas, entre eles o facto de valor aprovado para a compra do livro escolar ser tardiamente disponibilizado ou desviado para outras aplicações.

Autoridades de alguns países africanos tentam poupar dinheiro comprando livros de papel barato e acabamentos precários.

Na Etiópia, por exemplo, os livros do ensino secundário eram impressos em papel barato e com péssimos acabamentos, o que implicava a frequente substituição.

Aliado a isso, a distribuição deficiente faz com que as crianças fiquem sem o livro.

A solução passa pelo aumento do orçamento para o livro escolar e melhoria da transparência.

O relatório da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura sugere mais financiamento, contenção de custos e maior previsão de necessidades.

Zubairi diz que o sector poderá se inspirar no modelo de gestão usado pela Aliança Global de Vacinas, que reduz a escassez e ruptura de stock.

O proposto Fundo Global do Livro poderá ajudar a estimar a quantidade de livros necessária em África, espera Zubairi.

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