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África do Sul: Novas regras de vistos reduzem turistas


 Table Mountain, Cidade do Cabo, África do Sul.
Table Mountain, Cidade do Cabo, África do Sul.

Turistas preferem outros destinos menos complicados.

África do Sul poderá perder este ano cerca de 133 milhões de dólares americanos resultantes do turismo, por causa do novo regulamento de vistos.

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Tal regulamento repele os visitantes, mas o presidente Jacob Zuma diz que o seu governo vai rever os novos requisitos, que já causaram contradições no partido no poder.

As novas regras, em vigor desde o ano passado, impõem que os visitantes deverão apresentar pessoalmente passaportes biométricos na altura do pedido de visto. A exigência tem sido problemática em países grandes como a China, onde a África do Sul apenas tem consulados em Pequim e Shangai.

Com gastos de 165 mil milhões de dólares americanos em 2014, os turistas chineses figuram entre os que mais gastam no mundo. Como um dos maiores destinos turísticos do mundo, a África do Sul investiu muito para atrair chineses.

Lee-Ann Bac, directora de desenvolvimento na empresa de consultoria Grant Thornton, diz que o número de turistas chineses que visitaram a África do Sul subiu em 15 por cento, em 2013, mas após a implementação das novas exigências caiu em mais de 45 por cento.

Segundo Lee, os operadores turísticos reclamaram que a ida a áfrica do Sul estava a ser dificultada, o que teve um impacto na indústria do turismo. “E as pessoas preferem ir a outros sítios”.

As novas regras também requerem que os menores deverão ser portadores de certidão de nascimento para entrar no país. Em muitos países em desenvolvimento, tais documentos não são fáceis de obter.

A fraca comunicação sobre os novos requisitos criou confusão e incerteza entre os turistas, e resultou na remoção de pacotes para África do Sul nalguns catálogos, conforme disse a presidente do Tourism Business Council, Mmatšatši Ramawela.

Para Ramawela, esta situação compara-se a uma “tentativa de matar um mosquito com um martelo, poís o problema real está nas fronteiras terrestes que são porosas”. Estas regras, continua Ramawela, são colocadas com a ideia de que irão resolver o problema, mas não estão a resolver. “É uma tentativa de soluções rápidas, que afecta uma indústria que estava a ter sucesso.”

A necessidade de apresentar certidão de nascimento criou um raro debate público no Congresso Nacional Africano, o partido no poder, numa altura em que o Presidente Jacob Zuma procura melhorar o letárgico desempenho económico e ultrapassar a crise de energia.

O ministro do turismo, Derek Hanekom, disse este mês que essas regras deverão ser alteradas, o que não agradou ao Ministro do Interior, Malusi Gigaba, que argumenta que a regra é necessária para travar o tráfico de crianças.

Mesmo reconhecendo que o tráfico humano deverá combatido, muitos concordam que a táctica não é a mais efectiva, tendo em conta que os traficantes normalmente usam formas clandestinas para as suas actividades.

Numa comunicação à nação, esta semana, o Presidente Jacob Zuma disse que um comité ministerial irá discutir as consequências das novas regras de imigração em vários sectores, incluindo o turismo e investimento.

Muitos são de opinião de que o governo deverá agir de imediato para mitigar os danos ao sector do turismo.

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