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Activista angolano "Luther King" em liberdade mas com pena suspensa de cinco anos


Tribunal Provincial de Luanda - Palácio Dona Ana Joaquina, Angola
Tribunal Provincial de Luanda - Palácio Dona Ana Joaquina, Angola

Ele foi condenado pelo crime de instigação à desordem pública, mas absolvido dos crimes de associação criminosa, ultraje e rebelião

O activista angolano Luther Campos, conhecido por "Luther King", foi condenado a um ano e 10 meses de prisão pelo crime de instigação à desordem pública, mas absolvido dos crimes de associação criminosa, ultraje e rebelião.

A decisão do tribunal anunciada nesta sexta-feira, 17, no entanto, suspende a pena por um período de cinco anos, segundo o juiz, “sob condição de o arguido não voltar a cometer um crime desta natureza”, e impõe ainda uma taxa de justiça de 100 mil kwanzas (cerca de 190 dólares) e de indemnização ao Estado no valor de 500 mil kwanzas (cerca de 950 dólares).

Devido ao tempo de prisão, desde Janeiro de 2022, ele foi colocado imediatamente em liberdade.

"Nada ficou provado. A defesa está parcialmente satisfeita com a decisão do tribunal, mas respeitamos, seria melhor se de facto fosse absolvido, era isso que esperávamos", disse à imprensa à saída do tribunal o advogado de defesa Francisco Muteka.


Aquele defensor acrescentou não ter ficado contente com a pena suspensa e reiterou que Luther King devia ter sido absolvido de todos os crimes.

“Foi uma decisão parcialmente desajustada, ambígua, antijurídica e é de repensar", disse Muteka, quem admitiu ir pensar se vai recorrer ou não da sentença.

À saída do tribunal, aguardado por activistas, familiares e amigos, ainda dentro do carro da polícia, Luther Campos fez o seu primeiro pronunciamento.

"Graças a Deus fui restituído à liberdade, vamos continuar, nós temos uma necessidade urgente de defender Angola e os angolanos”, disse, no que foi seguido por um grupo de activistas gritava “resistência”.

Luther Campos encontrava-se detido desde Janeiro do ano passado por alegadamente incitar o vandalismo durante a greve de táxis em Luanda.

Durante a greve o Comité de Acção do MPLA no Benfica foi destruído bem como um autocarro do Ministério da Saúde.

Ele ficou conhecido pelos vídeos que publicou nas redes sociais, em que muitas vezes denuncia a situação social do país, dirigindo críticas directas ao partido no poder, o MPLA.

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