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ACNUR manifesta preocupação com repatriamento de refugiados da RDC que estavam em Angola


Crianças no campo de refugiados de Cacanda, Angola
Crianças no campo de refugiados de Cacanda, Angola

Em Fevereiro, 530 pessoas voltaram para RDC

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) diz estar preocupada com o repatriamento de 530 refugiados da República Democrática do Congo (RDC) que se encontravam em Angola.

De acordo com a rádio ONU News, esses refugiados foram entregues às autoridades da RDC, junto à fronteira, entre os dias 25 e 27 de Fevereiro.

Cerca de 480 viviam no Centro de Acolhimento de Cacanda, em Luanda Norte, e 52 na cidade de Dundo.

A encarregada de relações externas do ACNUR Angola, Margarida Loureiro, disse à ONU News, de Luanda, que 480 refugiados ainda estavam à espera de serem registados.

“Apesar de não estarem registados, estavam com pulseiras de identificação do ACNUR, com números de série, preenchiam todos os critérios previstos na Convenção para Refugiados, e por isso são considerados dignos da nossa protecção”, defendeu Loureiro.

ACNUR quer saber motivo dos repatriamentos

Aquela responsável explicou que o Alto Comissariado já entrou em contacto com as autoridades angolanas para compreender o motivo destes repatriamentos.

“A resposta que temos por parte das autoridades provinciais é de que, uma vez que estes refugiados não estavam registados biometricamente, as autoridades não os consideram refugiados, mas sim imigrantes irregulares. A nossa posição é bastante diferente, já o explicamos às autoridades a nível provincial e a nível central. Quando os critérios previstos na Convenção para os Refugiados se encontram preenchidos, não é preciso ter um papel para que essa pessoa seja efectivamente um refugiado”, defendeu a encarregada de relações externas do ACNUR Angola.

Margarida Loureiro explica que a agência da ONU continua a defender que o repatriamento não é uma solução neste momento, uma vez que as condições de segurança e de dignidade ainda não se encontram preenchidas.

Nesta terça-feira, o porta-voz do ACNUR, Aikaterini Kitidi, revelou que a ONU continua “profundamente preocupada” com a situação na região do Kasai, junto à fronteira com Angola.

Segundo ele, as forças governamentais recuperaram o controlo de grandes áreas, mas ainda acontecem combates entre as forças armadas e os grupos de milícias.

A ONU calcula em 900 mil o número de congoleses deslocados desde o início dos confrontos em 2016.

Mais de 35 mil pessoas vivem na província de Lunda Norte, das quais 25 mil recebem ajuda alimentar todos os meses.

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