O tanzaniano Abdulrazak Gurnah é o vencedor do Prémio Nobel de Literatura 2021.
Ao fazer o anúncio nesta quinta-feira, 7, a Real Academia Sueca destacou a sua narrativa "empática e sem compromisso dos efeitos do colonialismo e o destino de refugiados presos entre culturas e continentes".
Gurnah nasceu em 1948, no arquipélago de Zanzibar, e refugiou-se no final da década de 1960 Reino Unido para fugir à perseguição à minoria muçulmana no seu país.
Tendo por base sempre a temática dos refugiados, publicou 10 livros.
"Memory of Departure", a sua primeira obra, foi lançada em 1987 e conta a história de um jovem talentoso que tenta uma nova vida sob a protecção do tio em Nairobi, no Quénia, mas ante a humilhação de que é alvo regressa à sua casa, onde o pai é alcoólatra e uma irmã é forçada a prostituir-se.
No ano passado, lançou o seu mais recente livro,"Afterlives", no qual apresenta a história de Hamza, um jovem que é forçado a ir para a guerra ao lado dos alemães, mas torna-se dependente de um oficial que o explora sexualmente.
Com 10 livros publicados, Gurnah tem por temática central o refugiado e os seus dramas.
Em declarações à Fundação Nobel, o escritor pediu uma outra forma de ver os refugiados.
"Muitas destas pessoas que vêm, vêm por necessidade, e também, francamente, porque têm algo para dar. Não vêm de mãos vazias", afirmou Abdulrazak Gurnah, realçando são "pessoas talentosas e enérgicas".
Na reforma actualmente, ele foi durante muitos anos professor de Inglês e Literaturas Pós-coloniais na Universidade de Kent, Canterbury, no Reino Unido.
Gurnah é o segundo laureado do continente africano, depois do negeriano Wole Soyinka em 1986.