O mecanismo bilateral de concertação entre a UNITA e o Governo , órgão de consulta criado após a assinatura do memorando do Luena esteve reunido esta quarta-feira em Luanda soube a Voz da América de fonte oficial. Esta foi a primeira reunião do ano de 2005. A desmobilização e execução do protocolo de Lusaka e do memorando do Luena faziam parte da agenda da reunião desta quarta-feira.
A UNITA levou como preocupações para a reunião, o nível de reconciliação atingido até aqui, e actos de intolerância praticados contra militantes seus. Compunham a delegação da UNITA, o seu vice-presidente Ernesto Mulato, o secretário-geral Mároi Vatuva, e o secretário para a Informação, Adalberto Costa Júnior.
Pelo governo estiveram presentes o ministro do Interior Osvaldo Serra Vandúnem, o secretário do MPLA para a Informação, Norberto dos Santos "Kwata Kanawa" e o director do IRSERM, general António Andrade.
Questionado sobre as alegações da UNITA e também de outros partidos segundo as quais o MPLA persegue ou incentiva represálias contra militantes seus, Norberto dos Santos disse os partidos atingidos por tais actos partidos não têm sabido pôr o problema. “Há quem entenda que se trata de uma actividade organizada, preparada e comandada pelo MPLA ,coisa que nós negamos. O que existe, são actos isolados de cidadãos que perturbando a ordem e a tranquilidade devem responder à polícia. Não existem actos de tolerância preparados pelo Governo ou pelo nosso partido. O que temos vindo a dizer é que todos que ponham em causa a ordem e a tranquilidade públicas devem ser levados à polícia. De resto esta era uma das nossas preocupações para esta reunião. Quer-nos parecer que alguns partidos procuram encontrar no MPLA, o bode expiatório para os seus problemas ".
Norberto dos Santos disse também que embora haja problemas pontuais, a aplicação do protocolo de Lusaka e do memorando do Luena corre bem. "Tirando alguns sobressaltos aqui e acolá que não põem em causa os entendimentos e a estabilidade política, está tudo bem".
Convidado a comentar as objecções levantadas pela oposição relativas ao artigo 13 da lei eleitoral, Norberto dos Santos disse que questões como fiscalização, coordenação e liderança deste processo talvez fiquem resolvida já nesta quinta-feira.
"Teremos nesta quinta-feira de manhã uma reunião com chefes dos grupos parlamentares, e pelo que eles nos disseram na terça-feira acreditamos que tudo se resolva logo. Os líderes parlamentares com quem estivemos reunidos terça-feira disseram que a nova proposta já configurava uma aproximação. Eles ficaram de consultar as suas lideranças, e quero acreditar que o que sobra agora são pedidos de esclarecimento porque as suas grandes preocupações foram acomodadas na nova redacção do artigo 13".