O deputado somali, Hassan Dimbil Warsame, disse a VOA que ele e os seus colegas não estão contra tropas africanas ou outras que venham para o pais para restabelecer a paz.
Mas, acrescentou que o Parlamento não autorizará que tropas da Etiópia, Djibuti ou do Quénia façam parte da missão de apoio à paz na Somália.
Warsame criticou o presidente do Uganda Yoweri Museveni por ter ditto na segunda-feira que a organização regional de sete países que preside, Autoridade Inter-Governamental para o Desenvolvimento (IGAD), ira enviar uma missão de apoio à paz com ou sem o suporte de lideres faccionais.
“Museveni disse que enviara tropas quer a Somália queira ou não e isso e contra a lei internacional, contra a soberania Somali. O parlamento Somali ainda não decidiu sobre o assunto e estamos confiantes de que o parlamento não aceitara tropas etíopes na Somália. Estamos contra a declaração de Museveni.”
Warsame e outros deputados disseram hoje a jornalistas em Nairobi que, segundo suas palavras, tropas de países vizinhos da Somália ou de estados da linha da frente, não farão parte da força a ser enviada para a Somália.
Ao presidente Museveni foi-lhe perguntado porque e que lideres faccionais, a maior parte dos quais estão agora no governo, rejeitam tropas etíopes e quenianas e o que e que aconteceria se soldados desses países fossem para a Somália.
Muitos membros do parlamento e outros Somalis rejeitam categoricamente a presença de tropas etíopes na Somália. Afirmam que a Etiópia forneceu armas e outros apoios a certas facções na Somália durante os 14 anos de guerra civil e que portanto não e uma força neutral.
Há também uma má relação entre a Somália e a Etiópia desde a guerra de 1977, quando lutaram pelo controlo da região de Ogaden, que agora pertence à Etiópia.
O deputado somali Warsame afirmou que ele e os seus colegas nada têm contra Djibuti e o Quénia, mas incluíram os seus nomes apenas para não isolar a Etiópia.
Afirmou que dentro de dias, o parlamento Somali vai votar contra uma missão de apoio a paz que inclua a Etiópia, o Quénia e o Djibuti.
“Se depois disso, tropas da Etiópia forem para a Somália, isso será um problema internacional, como a Síria e o Líbano. E veremos o que e que a comunidade internacional pensa.”
Warsame não especificou que acções o governo Somália tomara se isso acontecer.
O porta-voz do exercito ugandes, major Shaban Bantariza, que esteve na reunião do IGAD disse a VOA que os países vizinhos são os mais bem posicionados para ajudar a Somália porque tem muito de comum. Por exemplo, disse, quando existem problemas na Somália, refugiados Somalis fogem para os países vizinhos.
O major ugandes rejeitou os argumentos dos lideres faccionais e de deputados Somalis de que a Etiopia não e um pais neutral e que portanto não deve fazer parte da missão de paz.
“Em primeiro lugar não e a Etiópia que vai tomar conta da Somália. São os países do IGAD no seu conjunto e vamos lá estar apenas nove meses, após os quais a União Africana vai recrutar outras tropas que irão encarregar-se de por a ordem por forma a que o governo Somali possa voltar para o pais. Não e uma questão da Etiópia não ser neutral. Quem e neutral, afinal de contas?”
O major Bantariza disse que os lideres faccionais, nas suas palavras, fizeram os Somalis reféns durante 14 anos e não devem ser autorizados a continuar isso.