O comissário provincial do Vale do Rift, Wilson Ndolo, indicou a Voz da América ir avistar-se com residentes da localidade de Mai Mahiu, situada a cerca de 60 quilómetros para noroeste da capital. Nairobi, para assegurar a calma na área e para investigar os factos que se seguiram aos confrontos.
"A primeira etapa numa missão de pacificação é assegurar que o conflito acabe sendo isso que estamos a fazer, para permitir a paz. Então reunimo-nos, negociamos e avançamos.
A semana passada, étnicos Maasais e Kikuyus confrontaram-se para obter acesso a água de um rio que passa pela zona, tendo Ndolo confirmado a ocorrência de 14 mortos.
William ole Ntimama, membro do parlamento, explica o que aconteceu ...
"O problema começou com a água. Na verdade existe uma única fonte de água naquela zona seca do vale do Rift . Este rio era suposto ser partilhado pelos pastores Maasai e os agricultores Kikuyu."
Os confrontos parecem ter começado após os Maasai terem acusado os Kikuyu de desviarem a água do rio Ewaso Kedong para irrigar as suas propriedades.
Segundo as noticias, os Maasai destruíram tubos de irrigação pertencentes aos agricultores Kikuyu, que retaliaram atacando os Maasai. As autoridades quenianas indicaram que 15 pessoas ficaram feridas, vinte residências foram destruídas e cerca de duas mil pessoas foram deslocadas pela violência.
Ole Ntimama sublinhou que o problema em Mai Mahiu e noutras áreas remonta as políticas de propriedade e distribuição de terras durante os dias coloniais que não foram corrigidas pelos governos após a independência.
Mai Mahiu é um dos vários locais no Quénia onde tem ocorrido confrontos sobre o acesso a agua e a terra. Confrontos similares registam-se em três outras zonas do vale de Rift e do norte do Quénia.