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... estão a deteriorar-se - 2004-12-23


O secretario-geral Annan afirmou que as condições em Darfur estão a deteriorar-se, mesmo depois de meses de uma enorme intervenção diplomática e a chegada de soldados de manutenção da paz da União Africana.

Terça-feira durante a sua conferencia de imprensa do Fim do Ano, Kofi Annan manifestou claramente o seu desapontamento pelo falhanço dos esforços internacionais de manutenção da paz em Darfur. Sem nomear qualquer pais, disse que tinha ouvido “montes de boas intenções” de alguns estados membros mas sugeriu que não se prevê nenhuma ajuda real bastante.

Por duas vezes apontou o dedo ao Conselho de Segurança, notando que lhe cabe a ultima responsabilidade em casos tais como Darfur.

“Se for necessário apoio e acção adicionais, o Conselho necessita de assumir a sua responsabilidade. Cabe-lhe a ultima responsabilidade primaria pela paz e segurança internacionais.”

Os comentários de Kofi Annan parece terem incomodado vários diplomatas do Conselho de Segurança, que estiveram reunidos à porta fechada para ouvir o que classificaram de um “briefing perturbador” sobre as condições em Darfur.

Quando saiu da reunião, o vice-embaixador dos Estados Unidos junto das Nações Unidas, Stuart Holliday, disse que os membros do Conselho de Segurança levam as suas responsabilidades a sério e sugeriu que Kofi Annan devia também ter um papel mais proeminente nos esforços de manutenção da paz.

“Gostaria de sublinhar, contudo, que o continuo empenhamento do secretario-geral nesta questão é absolutamente critico. Estaremos em sintonia com o secretario-geral sobre os passos que o Conselho possa vir a tomar e penso também que é altura para ele ver pessoalmente a situação em Darfur novamente, tal como fez no verão passado.”

A frustração sobre o falhanço para acabar com a guerra civil no Sudão levou o embaixador norte-americano na ONU, John Danforth, a queixar-se este mês de que o Conselho de Segurança não estava a ir a lado nenhum.

O Conselho aprovou no principio do ano resoluções ameaçando sanções, mas pelo menos dois países membros com direito a veto, a China e a Rússia, são conhecidos por se oporem as suas implementações.

As Nações Unidas estimam que 70 mil pessoas tenham morrido em Darfur e que mais de um milhão e meio de outras tenham sido forçadas a abandonar os seus locais de residência nos últimos 19 meses. Funcionários da ONU qualificam a situação em Darfur como o pior desastre humanitário do mundo.

Oa Estados Unidos qualificaram de genocídio as acções levadas a cabo pelas milícias pro-arabes Janjaweed em Darfur e exigem que o governo de Cartum tome acções para acabar com os assassínios.

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