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Demissão de Powell não constituiu surpresa no Médio Oriente - 2004-11-16


O pedido de demissão de Powell não constituiu surpresa no Médio Oriente, embora haja alguns que pensam que o secretario de Estado podia ter tentado ficar. A possibilidade de um sucessor mais moderado para o falecido Yasser Arafat foi vista como uma oportunidade que Powell podia não querer perder. O secretario de Estado disse:

“Penso que uma nova oportunidade esta presente no Médio Oriente e o presidente Bush tem falado sobre isso e provavelmente falara durante as próximas semanas. Irei sondar o potencial existente nesta nova oportunidade no Médio Oriente com o passamento de Arafat.”

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Silvan Shalom, que se encontrou com Powell em Washington pouco depois do anuncio da sua demissão ter sido tornado publico, disse ter muita pena de que o secretario de Estado se vá embora. Shalom classificou Powell como um bom amigo de Israel e um bom amigo da paz.

Espera-se que a resignação de Powell não venha a ter muito impacto na política dos Estados Unidos para com Israel ou Médio Oriente no seu todo.

O antigo embaixador de Israel em Washington, Zalmon Shoval, disse que não vê Colin Powell como um pro-palestiniano, como alguns dos seus críticos têm acusado. Em vez disso, afirmou o diplomata israelita, a sua posição em relação ao Médio Oriente e igual à mantida pelos arabistas no Departamento de Estado, o que faz com que mão seja um amigo pleno da causa palestiniana.

Zalmon Shoval afirmou que as recentes declarações de Bush sobre o Médio Oriente mostram uma política bem delineada que esta em acordo com o ponto de vista de Israel. Ou seja que os palestinianos devem criar uma estrutura democrática e irromperem com o que chama de infra-estrutura terrorista. Shoval defende também que Israel não precisa de nenhuma conferencia internacional ou da nomeação de um representante especial, como os palestinianos tem vindo a pedir repetidamente.

“Continuamos a ver o plano de desengajamento de Sharon, que e basicamente um plano de desengajamento Sharon-Bush, como o único plano em jogo e isso e a base sobre a qual tudo deve ser processado.”

Mahdi Abdel Hadi e o director da Sociedade Académica Palestiniana para o Estudo de Assuntos Internacionais. Ele também não vislumbra mudanças reais ou quaisquer movimentos em direcção ao processo de paz, a menos que Washington mude as suas prioridades.

Abdel Hadi afirmou não haver movimentações nos esforços para conseguir que o processo de paz volte aos carris e nenhuma movimentação haverá qte que Washington escute mais os seus parceiros europeus.

“Condoleeza Rice ficara a saber muito bem que o muro de separação tem sido uma agressão, os colonatos devem ser parados, a libertação dos detidos e uma prioridade. A mudança de ambiente nas relações israelo-palestinianas devera estar na linha da frente de Israel, sem condições ou pre-condicoes, em ordem a conceder plenos poderes a uma liderança palestiniana moderada e por forma a não se encaminhar para incertezas em mais outros quatro anos.”

Embora ninguém antecipe quaisquer impactos ou grandes passos em direcção ao recomeço do processo de paz, houve Segunda-feira algumas boas noticias para a liderança palestiniana. A Jihad Islâmica e as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa anunciaram que vão cessar unilateralmente todos os ataques contra Israel durante 60 dias, para ajudar a facilitar as eleições para o presidente da Autoridade Palestiniana.

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