O general Laurent Nkunda, que chefiou o levantamento armado de Maio passado no leste do Congo, reiterou a ameaça de voltar a desencadear o conflito.
Numa declaração emitida da sua base situada a sul de Goma, o general afirmou ter suspendido a rebelião em Bukavu após solicitação da comunidade internacional. Acrescentou que o massacre da semana passada de 160 Tutsis congoleses ocorrido no vizinho Burundi registou-se devido a sua retirada de Bukavu.
Devido ao massacre, alertou o general Nkunda, encontra-se preparado para assumir a responsabilidade da protecção dos Tutsis congoleses, e se necessário lutar no sentido da instalação de um governo mais abrangente que pretenda a paz em vez da guerra.
O massacre, na sexta feira passada no Burundi, de 160 refugiados Tutsis reactivou as tensões políticas e étnicas da região dos Grandes Lagos. Continua a não se saber quem foram os responsáveis pelo incidente, tendo o Ruanda e o Burundi ameaçado enviar tropas para o Congo, para capturar os assassinos.
O massacre ameaça igualmente fazer fracassar o frágil processo de paz no Congo que emergiu de um conflito de cinco anos que envolveram seis países vizinhos e custou a vida a três milhões de pessoas.
O Ruanda foi um dos países envolvidos, tendo enviado tropas para o Congo em 1996 e 1998 para capturar extremistas Hutus que se tinham refugiado no leste do país após o genocídio de 1994, no Ruanda, durante o qual 800 mil Tutsis e Hutus moderados foram chacinados.