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Mais de um milhão de pessoas forçadas a abandonar as suas casas - 2004-06-30


O Secretario-geral Kofi Annan não falou aos jornalistas à sua chegada a Kartoum no inicio da sua visita de estudo e avaliação do que as Nações Unidas chamam da pior crise humanitária do mundo.

Mais de um milhão de pessoas foram forçadas a abandonarem as suas casas na zona ocidental do Sudão, onde decorre o que os trabalhadores dos direitos humanos chamam de campanha de limpeza étnica levada a cabo pelas milícias étnicas árabes janjaweed, apoiadas pelo governo sudanês.

A maior parte dos desalojados vive em condições esquálidas, em campos de refúgio, em Darfur, enquanto outras pessoas fugiram através da fronteira para o vizinho Chade. Até recentemente o governo sudanês permitia pouco acesso dos trabalhadores de ajuda à zona.

Os grupos dos direitos humanos apelam as Nações Unidas no sentido de exercerem pressão diplomática sobre os responsáveis sudaneses afim de que se ponha fim ao derramamento de sangue em Darfur.

As autoridades sudanesas prometeram desbandar todos os grupos armados na área, promessa que foi recebida com cepticismo pelos grupos dos direitos humanos.

David Mozersky, funcionário do Gabinete do Grupo de Estudos de Crises Internacionais em Nairobi, disse que poderão ser necessários capacetes azuis em Darfur a fim de proteger as pessoas desalojadas no Sudão. Disse que o Gabinete está a envidar todos os esforços para que o Conselho de Segurança autorize uma força internacional a fim de assegurar a protecção das pessoas desalojadas em Darfur.

Será uma tarefa difícil. O Secretario de Estado americano, Colin Powell, disse na terça-feira que seria muito difícil organizar forças suficientes para patrulhar efectivamente a região que se estende a vários milhares de quilómetros ao longo da fronteira chadiana.

Colin Powell fez aquelas afirmações na terça-feira durante o voo para uma visita de um dia a Darfur onde se encontrou também com os trabalhadores de ajuda na zona. Colin Powell e Kofi Annan se encontram ainda hoje em Kartoum.

Os insurrectos africanos negros em Darfur lançaram uma campanha contra forças governamentais ha 17 meses a fim de despertar a atenção do governo de Kartoum, predominantemente étnico árabe, que parecia ter relegado ao esquecimento a sua região.

Os grupos dos direitos humanos afirmam que o governo usa das milícias janjaweed para atacar a população civil africana negra da região de Darfur.

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