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Greve à vista na Universidade pública angolana - 2004-06-16


Os sindicatos dos professores universitários e dos trabalhadores não docentes da Universidade Agostinho Neto convocam esta semana os seus filiados para decidirem ou não pela paralisação das aulas na Universidade pública angolana.

Fontes dos dois sindicatos disseram à Voz da América que o governo, entidade patronal, ainda não respondeu às reivindicações contidas no caderno apresentado há mais de quatro anos.

Há mais de nove meses atras, os dois sindicatos interpolaram uma greve na esperança de estabelecerem negociações satisfatórias com o governo o que nunca aconteceu.

Na sequência desse silêncio do governo que os sindicatos consideram de má fé, vários docentes Universitários e trabalhadores não docentes da Universidade Agostinho Neto têm estado a pressionar os seus sindicatos no sentido de rapidamente se convocar uma Assembleia de trabalhadores que deverá decidir por uma paralisação ou não das actividades nos próximos dias, segundo confirmou à Voz de América, Carlinho Zassala, secretário-geral do Sindicato dos professores universitários.

“... nós interpolamos a nossa greve a 5 de Agosto do ano passado .Depois disso foi dado um prazo de seis meses à entidade patronal para que resolve a questão. Mas desde dessa altura até agora não tivemos nenhum encontro com o governo e nada foi feito. Por isso, na segunda-feira vamos ter uma reunião com todos os responsáveis sindicais ao nível das Faculdades para prepararmos a Assembleia de trabalhadores que tomará a decisão final...”

Segundo o sindicalista é estranho que um ano depois a entidade patronal que está consciente das suas responsabilidades, não tenha tido a iniciativa de dialogar com os grevistas com vista a prevenir futuras paralisações e procurar soluções para as reivindicações que já duram há algum tempo.

Os trabalhadores da Universidade Agostinho Neto demostraram até aqui, refere Carlinho de Zassala, uma atitude de patriotismo ao interpolarem a greve e primarem por uma atitude dialogante com a entidade patronal o que não chegou a acontecer ate ao momento por exclusiva responsabilidade do Ministério da Educação.

“...De concreto, não se avançou em nada e, neste momento a pressão é muito maior por parte dos nossos colegas docentes e não-docentes da Universidade Agostinho Neto porque, há uma falta de interesse por parte do governo em resolver os inúmeros problemas da Universidade e que constaram no caderno reivindicativo. Nós pensamos que a assembleia dos trabalhadores vai tomar a decisão que achar conveniente, porque o governo já demostrou que só sabe actuar sob pressão...”

Os professores e os trabalhadores não-docentes da Universidade Agostinho Neto reivindicam o aumento dos seus salários, a construção de uma cidade Universitária e adesão da Universidade Agostinho Neto a convenção de Arusha.

Durante o tempo em que os grevistas aguardavam contactos com a entidade patronal, foram levados acabo encontros com deputados da Assembleia Nacional que fazem parte da 9ª comissão que responde pelos assuntos da Educação.

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