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Mugabe reage de forma irada - 2004-05-24


O presidente Mugabe reage de forma irada durante a entrevista à Sky News, quando é afirmado que o Zimbabwe não seria capaz de alimentar, este ano, a sua própria população.

Mugabe retorquiu dizendo que baseado nas projecções do seu governo, o Zimbabwe deverá produzir uma colheita de milho de 2.3 milhões de toneladas, este ano, um número altamente disputado pelos observadores internacionais alimentares. E insistiu que mais do que o Zimbabwe há outros países que precisam de ajuda alimentar.

“Porque é que o programa Alimentar Mundial nos quer alimentar quando lhe dizemos que não estamos a passar fome? Essa ajuda deveria ir para pessoas e países com mais fome do que nós. Eles precisam da comida, e apelamos ao PAM para ir trabalhar para esses países”.

Palavras de Mugabe re-eleito em 2002, e que defendeu o seu controverso programa de reforma agrária, e que levou a que muitas fazendas comerciais de brancos fossem expropriadas e redistribuídas entre negros, sem terra.

Na entrevista à Sky News, MUgabe descreve os agricultores brancos como meros actores. Mugabe reconhece que o Zimbabwe tem pela frente tempos difíceis, sobretudo em termos económicos, como uma inflação galopante, mas defendeu que as condições estão a mudar, mas para melhor.

“Se fizermos erros e não os corrigirmos, então não há desenvolvimento de todo. Mas os erros não devem estar na forma como se pensa, nas acções. Os erros devem ser a excepção e devemos corrigi-los. De outra forma, estaremos enganados em tudo e acabamos por ser um diabo. E eu não tenho sido esse diabo”.

Afirmou Mugabe, que deu, também, a entender que não se recandidatará em 2008, e quando pressionado recusou avançar com o nome de quem o poderá suceder.

“Enquanto as pessoas quiserem que eu fique, mas não para sempre”.

E quando o repórter lhe pergunta directamente se irá candidatar-se às próximas eleições, responde

“Acho que não. Quero descansar também e escrever um pouco”.

O presidente Mugabe atacou uma série de dirigentes mundiais, mas foi mais duro com o primeiro-ministro Tony Blair, a quem acusou de trabalhar nos bastidores para criar a maior parte dos problemas com que o Zimbabwe se debate.

“Ele, Tony Blair, opôs-se à minha eleição. Pediu a nações para considerarem o Zimbabwe um país sem lei, um país onde a democracia não é respeitada, onde não se respeita a lei, onde não existem direitos humanos. Tudo isso, frisou Mugabe, é uma mentira.

Durante a entrevista Robert Mugabe ainda negaria afirmações de que se registam no Zimbabwe graves violações dos direitos humanos

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