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Provas contra o general Wiranto


A Unidade de Crimes Graves das Nações Unidas em Timor Leste coleccionou milhares de páginas de provas contra o general Wiranto, que chefiava as forças armadas indonésias durante a tentativa infrutífera de Jacarta de impedir que os timorenses se separassem da Indonésia.

O escritório dos acusadores acusa o general de crimes contra a humanidade, dizendo que ele tinha responsabilidade de comando sobre as tropas e as milícias que treinaram e armaram em Timor Leste.

As forças armadas e as milícias são acusadas de violência antes e logo após a votação pela independência da Indonésia, em 1999. Durante este período, mais de mil pessoas morreram, um quarto de milhão foram forçadas a exilar-se e Timor leste ficou reduzido a pouco mais de escombros.

Nick Koumjian é o adjunto do acusador geral para crimes graves.

“As provas que apresentamos são bem claras quanto a que teve lugar uma campanha de violência, que foi observada por pessoas em Timor Leste que dela tinham conhecimento, que esteve nas notícias internacionais, e as provas são absolutamente claras de que os militares e a polícia, sob a autoridade de Wiranto, não tomaram quaisquer medidas para evitar esses crimes ou para castigar os responsáveis”.

O general Wiranto, agora na reforma, nega as acusações, e diz ter tentado impedir a violência. Ele é um dos principais candidatos presidenciais às eleições nacionais, que terão lugar no próximo ano, na Indonésia.

A Indonésia recusou entregar os responsáveis indiciados em Timor Leste. Jacarta, em vez disso, fez os seus próprios julgamentos das pessoas acusadas de violarem os direitos humanos em Timor Leste, mas muitos activistas dizem que foram julgamentos inadequados. E apesar de três suspeitos menores terem sido considerados culpados, nenhum serviu qualquer pena de prisão.

Os acusadores da ONU em Dili, indiciaram Wiranto há um ano. Contudo, o governo timorense tem-se mostrado relutante em dar seguimento a este assunto. O presidente Xanana Gusmão tem dito, repetidamente, ser mais importante desenvolver um bom relacionamento com Jacarta, do que levar a julgamento responsáveis indonésios.

Ao publicar o sumário do caso contra o general Wiranto, a Unidade de Crimes Graves espera persuadir os tribunais de Timor Leste a emitirem um mandato de captura. Depois Interpol poderia emitir um mandato internacional -- o que significaria que Wiranto poderia ser preso caso viajasse para outros países.

A decisão vai por certo irritar a Indonésia, e os analistas políticos dizem ser improvável que o general faça face a acusações, nos tempos mais próximos.

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