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Meio milhão sem assistência durante um mês - 2004-03-22


Mais de 500 mil pessoas, ou cerca de 25 por cento de beneficiários, não receberam as distribuições do PAM em Janeiro, principalmente devido a problemas de acesso e transporte, mas também por causa de problemas burocráticos da responsabilidade do Governo, diz o OCHA no seu relatório de balanço mensal em que se analisa a situação no mês de Fevereiro.

Foi durante o mês passado que mais de 4 mil toneladas de comida ficaram retidas no porto de Lobito devido a atrasos burocráticos no seio do Governo em pagar os direitos alfandegários, entre as quais contava-se cerca de duas mil toneladas métricas de leguminosas essenciais ao equilíbrio da ração alimentar distribuída pelo PAM. A Voz da América apurou que a situação só na última quinta-feira ficou resolvida e as mercadorias já começaram a ser retiradas do Porto do Lobito.

Entretanto, lê-se ainda no documento que os resultados de uma avaliação rápida realizada pela FAO, PAM, FEWS e parceiros de ONGs sobre o impacto da chuva nas culturas no Huambo indicam que foram perdidas 60 por cento da cultura de milho e 75 por cento da de feijão em certos municípios do sul da província.

Nos municípios de Tchicala-Tcholoanga e Katchiungo, foram destruídas 90 por cento de ambas as culturas. O OCHA esclarece que mesmo sem a destruição imprevista resultante das chuvas, era já esperado um déficit de 50 por cento nestas culturas na província.

Por esta razão a equipa recomendou uma distribuição da ajuda alimentar para oito meses e sementes para as campanhas agrícolas de Maio e meados de Outubro às comunidades mais afectadas.

Entretanto, os parceiros humanitários em várias províncias expressaram sérias reservas em relação à administração dos centros de alimentação terapêutica e suplementar que foram ou estão programados para serem entregues à administração do MINSA.

Os parceiros humanitários apontam a falta de pessoal especializado em nutrição, a inadequada capacidade de supervisão das direcções provinciais de saúde para manter os padrões, e as potenciais roturas nas linhas de abastecimento de artigos nutricionais devido à falta de planeamento e desempenho como algumas das preocupações mais urgentes.

De acordo com as cifras do Governo, divulgadas no princípio de Fevereiro, mais de 8 mil deslocados internos, a maioria proveniente do Kwanza Norte, regressaram às suas áreas de origem entre finais de 2003 e Janeiro de 2004. O MINARS e reportado como tendo admitido ainda a existência de outros 458 mil 694 deslocados internos por reassentar.

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