O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Kamal Kharrazi, disse que o Irão comecera a enriquecer novamente urânio, logo que as suas relações com a Agencia Internacional de Energia Atómica voltem a normal.
Kharrazi afirmou que o Irão tem o direito legitimo de enriquecer urânio e acrescentou que o seu pais suspendeu as suas actividades nucleares voluntária e temporariamente.
Entretanto, o embaixador iraniano junto da agencia nuclear das Nações Unidas, Pirooz Hosseini, acusou os Estados Unidos de pressionar a agencia para ser mais dura com o Irão.
Os seus comentários acontecem numa altura em que a agencia nuclear esta próxima de chegar a acordo sobre um projecto de resolução que contra balança os pedidos dos Estados Unidos para condenar o Irão por ocultar elementos do seu programa nuclear com os apelos de países europeus para elogiar o Irão por ter autorizado as inspecções nucleares.
O analista Amal Hamada, um especialista sobre o Irão e leitor da Universidade di Cairo, disse que as palavras duras destinam-se a solicitar uma resposta moderada da Agencia Internacional de Energia Atómica.
“Penso que estão a tentar fazer uma espécie de chantagem com a comunidade internacional. Os iranianos estão plenamente convencidos de que não podem sofrer mais sanções e mais isolamento da comunidade internacional. Mas eles adoptaram uma posição de linha dura para forçar a outra parte a um compromisso.”
O Irão tem repetidamente dito que o seu programa nuclear destina-se a fins pacíficos, mas inspectores internacionais descobriram desenhos de centrifugadoras que podem ser usadas para produzir armas nucleares. O Irão não revelou tais desenhos quando abriu as portas no ano passado aos inspectores internacionais.
O ministro da Defesa do Irão, Ali Shamkani, reconheceu que técnicos militares tinham construído centrifugadoras mas negou que tivessem maquinaria para fabrico de armas avançadas.(PF)